domingo, 8 de dezembro de 2013

[Resenha] A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

Amo esse livro demais. E um dos meus preferidos! Não tenho ele ainda,mas logo que puder vou adquiri-lo. Li ele quando ainda estava na escola e o peguei emprestado por lá. Espero que gostem da resenha! Abraços da Su
Sinopse: A trajetória de
Liesel Meminger é contada
por uma narradora mórbida,
surpreendentemente
simpática. Ao perceber que a
pequena ladra de livros lhe
escapa, a Morte afeiçoa-se à
menina e rastreia suas
pegadas de 1939 a 1943.
Traços de uma sobrevivente:
a mãe comunista, perseguida
pelo nazismo, envia Liesel e o
irmão para o subúrbio pobre
de uma cidade alemã, onde
um casal se dispõe a adotá-
los por dinheiro. O garoto
morre no trajeto e é
enterrado por um coveiro que
deixa cair um livro na neve. É
o primeiro de uma série que
a menina vai surrupiar ao
longo dos anos. O único
vínculo com a família é esta
obra, que ela ainda não sabe
ler. Assombrada por
pesadelos, ela compensa o
medo e a solidão das noites
com a conivência do pai
adotivo, um pintor de parede
bonachão que lhe dá lições
de leitura. Alfabetizada sob
vistas grossas da madrasta,
Liesel canaliza urgências para
a literatura. Em tempos de
livros incendiados, ela os
furta, ou os lê na biblioteca
do prefeito da cidade. A vida
ao redor é a pseudo-realidade
criada em torno do culto a
Hitler na Segunda Guerra. Ela
assiste à eufórica celebração
do aniversário do Führer pela
vizinhança. Teme a dona da
loja da esquina, colaboradora
do Terceiro Reich. Faz
amizade com um garoto
obrigado a integrar a
Juventude Hitlerista. E ajuda
o pai a esconder no porão um
judeu que escreve livros
artesanais para contar a sua
parte naquela História. A
Morte, perplexa diante da
violência humana, dá um tom
leve e divertido à narrativa
deste duro confronto entre a
infância perdida e a
crueldade do mundo adulto,
um sucesso absoluto - e raro -
de crítica e público.
A vida de Liesel Meminger poderia
ser mais uma entre tantas outras
que foram modificadas durante a
segunda guerra mundial, não fosse
pelo fato de que a própria Morte
resolveu contá-la. Segundo a nossa
narradora ela encontrou a
roubadora de livros 3 vezes
durante a vida da personagem, um
fato quase inédito levando-se em
consideração que ela prefere
reparar na cores ao em vez de se
fixar na pessoas, e a garota saiu
viva em todas as três. Liesel rouba
seu primeiro livro durante o
enterro do seu irmão mais novo
enquanto está indo para seu novo
lar, a casa dos Hubermann, onde
durante um tempo ela quase
descobre o que é ter uma vida feliz
e uma família bem peculiar. Em
meio as palavras, um judeu
escondido no porão e um amor que
não chegará as vias de fato temos
uma história brilhantemente
escrita.
Eu poderia ter feito essa resenha
há muito tempo, mas acredito que
seria um sacrilégio falar sobre meu
ponto de vista sobre esta obra sem
que ele estivesse fresco, ou sem
que eu pudesse rememorar tudo o
que senti ao ler este livro.
Portanto, resolvi reler e confesso
que foi uma das melhores decisões
que tomei, primeiro porque eu me
lembrei porque este livro é tão
especial e também acredito que a
releitura fez com que eu passasse
a analisar e ver algumas passagens
de uma forma diferente. Sem
sombra de dúvidas este Livro
continua sendo um dos meus
favoritos, e creio que ele subiu
mais alguns patamares depois da
releitura. Não espere por uma
narradora cruel, a Morte se mostra
uma personagem singela e nos faz
pensar sobre a dureza de seu
trabalho, nada de foice ou capa
preta, para saber qual sua real
aparência basta se olhar no
espelho.
No entanto não é uma leitura que
eu julgue fácil, para iniciar essa
narrativa o leitor tem que estar
atento e ciente de que o narrador
é a Morte. Enquanto nos conta
sobre Liesel ela vai e volta em
acontecimentos, faz referências e
se lembra de uma alma ou outra
que carregou em seus braços no
decorrer dos anos. Além disso, não
faz grande suspense sobre os
acontecimentos, ela sem que você
perceba lhe dá o fim da narrativa
de bandeja o que não evitará o
baque quando tudo vier a ser
descrito. O que eu julgo mais
interessante em toda história é a
forma como os personagens são
descritos e a cadência da
narradora do início ao fim, há
harmônia na escrita de Zusak, mas
também confusão em certo ponto.
Aposto com você que não haverá
um único personagem nesta
narrativa que você não queira ter
em casa.
Rudy, Max, Hans e até mesmo Rosa
com sua rabugice característica,
todos eles se tornam encantadores
e essenciais para a compreensão
de tudo. Diria que até mesmo o
mais ínfimo personagem chega a
ser cativante e essencial. Em meio
ao horror da 2º Guerra Mundial e o
autoritarismo de Hitler, vamos
conhecer uma garota apaixonada
pelas palavras e sedenta de
conhecimento. A singeleza dessa
obra é quase palpável. Sou
absurdamente suspeita para falar
de Max, esta é a parte da narrativa
que mais me cativou, escondido
no porão dos Hubermann ele é ao
mesmo tempo invisível e essencial,
foi protagonista de uma das cenas
que mais me emocionou, e também
temos Hans que apesar de ser um
personagem simples é um dos
mais sábios que tive o prazer de
conhecer.
A diagramação e o projeto gráfico
estão muito bem trabalhados. A
capa fala por si só, uma feliz
escolha (leia-se trabalho) da
Editora Intrínseca. Se você é um
dos muitos que abandonaram este
livro, pegue-o novamente e
persista, é fato que você não
encontrará o motivo para tanta
adoração pela obra no início da
leitura, mas ao chegar ao fim você
passa a entender cada segundo da
narração, cada sutileza do autor e
porque este livro é tão
maravilhosamente brilhante e
simples.

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