quarta-feira, 30 de julho de 2014

[Belnegro] Parte II - Contenção / Capitulo 8


                   Parte II
                  Contenção
                                 
"O esquecimento da dor vem da superação do medo. Mas, o esquecimento do passado vem da decisão de seguir a diante."

              Jean Deen, 2071.

  
                   Capitulo 8

                                   Holtz

Olho para três pastas sobre minha mesa. Elas guardam os meus mais novos fantasmas. Três inimigos, o que significava a volta de um antigo medo que eu cultivava. Nao havia como me livrar dele. Nem deles. Eu sentia meu sangue ferver e a raiva aumentar quando olhava para elas, mas ainda assim  estava sempre com elas por perto.
Eu tentei de todas as formas suprimir os antigos erros. Eu juro que tentei. Criei leis que previam qualquer minimo detalhe fora da linha que eu tracei, construi barreiras, encurralei toda uma nacao. Mas eles ainda conseguiam chegar ate mim. Ainda assim me desafiavam. Eles estavam tentando usar minhas proprias armas contra mim. Estavam conseguindo, e isso me deixa ao mesmo tempo com um odio mortal, e um medo crucial.
Porem, dois podiam dar as cartas. Eu nao podia mata-los porque daria um martir a revolta, nem prende-los por que daria o mesmo resultado. Mas, eu ainda comandava o pais. Tinha inumeras pessoas aos meus pes que fariam qualquer coisa por poder e dinheiro. Eu ainda tinha armas que eles desconheciam. Nao seria a velha fracassada que eles esperavam. Ate meu ultimo suspiro estarei lutando pelo que acredito. Nunca mais darei chance a eles de ganhar uma batalha.
Pego uma das pastas, e a abro. Me ajeito na poltrona e leio novamente as palavras que sei de cor. A pasta que contem a vida de um homem que tenta trazer os holofotes para si de qualquer maneira. Um homem louco. E por isso, ele é o pior deles, e suponho que um dos 11 lideres dos Dissentes com mais influencia. Ele tem se movimentado pelos estados como um rato pelos esgotos da cidade. Uma unica vez, ele foi visto de relance por um soldado, mas fugiu. Nao pude fazer nada por falta de provas. Nenhuma gravacao ou foto. E o soldado estava de folga e sozinho. Nem ao menos chegou a aborda-lo. Para dar uma licao aos outros tive que mandar executa-lo. Nao podia aceitar pessoas fracas me servindo. Os outros dois lideres tambem conseguiram fugir da mesma maneira, e nao pude mandar prende-los por qualquer pretesto porque daria gás a causa deles. O unico jeito seria mata-los em uma emboscada e por a culpa em qualquer outra pessoa. Mas ate isso estava dificil. Eles sao espertos.
Algo me deixa inquieta em relacao a esse homem. Nenhum dos outros permitia que suas familias chegassem ao menos perto de mim. Nenhum deles teve filhos na Universidade. Mas, ele mandou seu unico filho para debaixo dos meus olhos. Eu nao sabia o que ele pretendia com isso, mas nao devia ser nada de bom. Ainda mais que eu conheco tudo sobre eles.  Tenho pessoas os vigiando, e a sua familia 24 horas por dia. Quando me foi relatado que o filho dele entrou na escola enviei soldados de confianca para ficarem de olho nos resultados dos seus testes. Assim que vi o seu potencial, redobrei minhas expectativas. Talvez eu pudesse usa-lo contra eles. Depois do resultado do teste final em que ele ganhou a vaga para um dos postos de alta confianca e responsabilidade, dei um jeito de ele ter que assumir o cargo o mais rapido possivel. Em um piscar de olhos o seu auxiliar desapareceu e tudo estava conforme os meus planos.
Agora preciso saber o que a que ele sabe. Suponho que seu pai tenha contado alguma coisa sobre sua vida paralela ou nao teria o enviado diretamente para onde tenho mais influencia. Mas tudo tem um jeito. Mostrarei a ele, um lado que nao lembro de ter usado um dia. Farei ele confiar em mim com mentiras, me mostrarei uma pessoa emocionalmente abalada e caridosa. Farei com que ele tenha tanta pena de mim que duvide do pai. Colocarei ele em um muro de duvidas. Mostrarei a ele quem esta no controle. Nao sei se ele é minha penultima chance de controla-los, mas apostarei tudo nisso.
Os Dissentes não sao como os antigos Protestantes. Eles tem uma base mais firme, o que me assusta. Eles podem fazer as pessoas verem razao em suas palavras e entao eu estaria perdida. Mesmo com leis, barreiras, soldados, como eu daria conta de um mar de pessoas revoltadas em todo lugar? Seria uma catastrofe. Entao, enquanto eles se organizam tenho que fazer o possivel para deixar tudo na linha enquanto penso em uma maneira de contornar essa situacao. Dou pequenas oportunidades aqui e ali, sou mais flexivel em infracoes menores, e tento sempre conciliar tudo com discursos que enfatizem os dias escuros. Sempre se pode trazer a lembranca do caos a tona para manter a chama do medo viva dentro de cada um deles. Ela ainda arde em mim.
Sempre imaginei que a vingança me traria alguma paz, mas ela precisa de punhos fortes todos os dias. Ainda lembro de correr as pressas deixando minha mae para tras. Ela lutou ate o fim. Morreu com dignidade. Mas nao pude fazer nada para ajuda-la. Entao, eu senti culpa, e depois odio de todos eles. Ela havia tentado trazer a paz ao país no meio da desordem absoluta. Tentou fazer o antigo sistema continuar a funcionar. Porem, tudo ruiu aos seus pes pelas maos dos Protestantes. Jurei a mim mesma nunca mais deixar aquilo voltar a acontecer. As pessoas nao mereciam liberdade. Elas nao sabiam o que fazer com ela. Nada de bom vinha de ser livre.
Contudo, eles nao entendiam meus motivos. Nao viam a verdade. Nao percebiam de onde surgiu aquelas antigas dificuldades. Mas, eu sabia onde estava a raiz do problema. Estava na democracia. Em deixar as decisoes nas maos das pessoas. A NL foi a salvacao do país. De todos nós. Eu nao deixaria que ninguem quebrasse isso.
Pego as pastas e as coloco dentro de uma das gavetas da minha mesa. Passo meu cartao na tranca de seguranca para evitar bisbilhoteiros. Clico em um dos botoes da tela touch screen acoplada ao vidro da mesa. Imediatamente, um soldado entra no recinto.
- Sim, presidente Holtz. Em que posso ajudar.
- Diga ao Tenente da Secao C da Universidade Secundaria para vir falar comigo imediatamente.
- Claro. É so isso?
Faco um gesto com a mao para que saia. Ele faz uma reverencia e me deixa a sós. Preciso colocar meu plano em pratica o mais rapido possivel. Preciso manter meu braco firme antes que seja tarde. Apartir dai posso trabalhar em alguma ideia para dobra-los as minhas vontades.
Observo sobre a mesa uma papelada enorme esperando minha inspecao. Registros das Secretarias sobre o movimento dos Dissentes aos quais o acesso é restrito. Poucas pessoas que trabalham para mim tem conhecimento que algumas pessoas nos Estados tramam um boicote. Abro a pasta do Estado L. Nenhum assassinato de pessoa influente, nenhuma pessoa presa por envolvimento com eles. Nem sequer uma palavra dita contra mim em voz alta. Mesmo que eu os vigie, eles encontram frestas. Tenho consciencia que gente de dentro esta os ajudando. Fica dificil apontar nomes. Ninguem quer delatar um amigo ou conhecido.
Abro a proxima pasta, a do Estado D. Um policial da PFAC morto, sem vestigios, sem um criminoso preso; um assistente da Secretaria desaparecido. Eles atuam com pistas que apenas eu poderia entender. Sei que essas mortes mais recentes foram provocadas por eles em um sinal de alerta. Matam as minhas pessoas de confianca. Ate mesmo as que coloco para os vigiar.
No inicio, meu regime parecia solido. Opressao, isolamento, poucas oportunidades, todos sujeitos a mim. Parecia que eu poderia levar isso adiante para sempre. Pensei que nunca mais ninguem ousaria querer voltar aos conflitos dos dias escuros. Sinto como se meus dias estivessem contados. Apesar do medo, eles estao se levantando aos poucos. Estao ganhando mais aliados as escondidas. E posso fazer pouca coisa para mudar isso. Nao conheco todos os lideres, nao sei quem sao as pessoas do meu convivio que os estao ajudando, nao posso mata-los e dar um motivo para se erguerem rapidamente, e o caos se instalar. Nao posso colocar minha vida em risco. Minha mae tomou atitudes drasticas e foi morta. Preciso tomar as minhas com cautela. Tentar contorna-los e voltar a subjuga-los sera a minha ultima esperanca de levar isso adiante. Sei que eles jamais me atacariam tendo um dos seus em minha mira e, por isso, os outros tambem nao o fariam. Mesmo que fossem me atacar, isso levaria tempo, e eu ganharia o meu para juntar forcas. Poderia conseguir aliados militares em outros paises.
Ainda assim, preciso pensar em um Plano B. E talvez uma ideia que venho pensando a muito tempo seja minha ultima cartada. Nao pretendo me entregar sem deixar uma marca em todo o país. Historias seriam contadas sobre mim perpetuamente se eu executasse essa ideia. Seria uma catastrofe maior do que a que minha mae havia trazido sobre si. Significaria o fim de Belnegro. Minha vinganca estaria entao completa. Eu morreria contente se antes pudesse ve-los sem esperanca. E de apenas uma pessoa depende a minha decisao. Ele tem nas suas maos a chave para manter tudo como esta ou comecar o caos total. Veremos o que escolherá porque apenas a pratica da lei poderia nos manter a favor da paz. E a lei é a minha palavra.

                                      

Alice

Passei a tarde inteira subindo e descendo do carro da PFAC com Lucia ao meu lado. Vimos predios e mais predios por toda a cidade, mas verdade seja dita, cada um parece uma obra de arte unica, feita de metal e vidro. Fomos a museus onde mostram tecnologias usadas no passado, objetos, culturas que nao existem mais em diversos hologramas; fomos a uma livraria do governo onde nao existe nenhum livro fisico. Basta levar um celular,tablet ou G-Reader para baixar os livros permitidos. Apenas os titulos publicados de 2068 para cá nao foram proibidos. Os que eu guardo em casa sao raridades que jamais alguem de hoje leu, e nem pensa em fazer. Eu poderia ser presa a qualquer momento por te-los.
Fomos tambem a uma biblioteca enorme. So aqui no A elas existem e qualquer pessoa pode utiliza-la gratuitamente. É um sonho. As estantes estao abarrotadas de G-Readers com diversas obras, mas nenhuma delas é proibida. Nao existem distopias, ficcao cientifica, romances policiais. Eu entendi o significado desses termos a partir do momento em que meu pai me deu alguns livros com esses temas e me explicou porque eram proibidos. A presidente nao queria que nenhum cidadao ao menos pensasse sobre uma revolta ou um regime diferente. Sempre perguntei a ele porque queria que eu le-se livros proibidos que poderiam me prejudicar. Ele sempre ficava com o olhar perdido e desconversava.
Cheguei a pouco no condominio e dei de cara com um jornal sobre minha cama. Tomei banho, e comi qualquer besteira. Agora, estou olhando a capa do Dias Belnegro. O titulo da materia é O País comemora junto com os APs. Depois de varios topicos que comentam a comemoracao, vem as entrevistas. Vejo ao lado da minha, uma foto em que estou ao lado da colunista no momento da entrevista. Nem percebi quando foi tirada. Atiro o jornal sobre a escrivaninha enquanto refaco a minha conversa de mais cedo com Wellington em minha mente.
Agora eu teria duas coisas com as quais me preocupar a todo instante. Manter a calma para evitar visoes, e ainda tentar prestar atencao nas pessoas ao meu redor. Mas, como posso fazer isso se raramente consigo olhar para o rosto de alguem por muito tempo sem me descontrolar? Talvez, eu devesse contar ao meu pai sobre isso. Ele saberia o que eu devo fazer. Mas, o pior é que nao posso. Devo estar sendo vigiada 24 hrs por dia como todos os outros estudantes. É estranho pensar que os Protestantes podem existirem e estarem tramando por debaixo dos panos. É tudo que Eduardo queria. Se ele soubesse, aposto como iria atras deles querendo participar. Eu nao consigo imaginar como seria se eles comecassem uma guerra. Pessoas sendo mortas em todo lugar. A presidente deve ter um plano guardado para por em pratica em casos assim. E ainda tem as barreiras e muralhas. Como a alcancariam? Ninguem faz ideia de onde ela vive.
Porem, isso nao é problema meu. Nao sou uma deles. E nem pretendo arriscar ainda mais minha vida por uma causa que ja esta mais do que derrotada. Eles levariam anos para juntar forcas e armas o que daria muito tempo a presidente de descobrir sobre eles e contraatacar. Suspiro. Nao sei nem porque perco meu tempo pensando nisso.
Preciso entrar em contato com meus pais. Devem estar ansiosos por noticias minhas. Me levanto rapidamente, e vou em direcao a escrivaninha. Nao a nenhum computador ou notebook sobre ela. So alguns livros didaticos, canetas, um abajur daqueles reclinaveis e... uma esfera cravada na madeira. Parece um olho magico daqueles antigos que se colocava em portoes para ver quem estava do outro lado. Toco nele com as pontas dos dedos, mas nada acontece. Aperto, e tambem nada. No momento em que passo a mao sobre ele, uma luz azul acende em um circulo ao seu redor, e um holograma aparece em minha frente. Uma tela de computador. WOW. Quando Alexia ver isto, ela vai pirar!
Varios icones aparecem na projecao como em uma tela touch screen. Aproximo o indicador do simbolo de internet tocando praticamente atraves dele, mas o movimento é detectado e o icone pisca. Uma janela do site de pesquisas Roole é aberta quando me lembro de ter visto o icone do Pikpe na tela principal. Saio do site, e clico no P em um circulo azul na tela. Me assusto quando vejo uma foto dos meus pais e o nome familia ao lado. Meus olhos marejam de saudades. E, por incrivel que pareça, eles ou um deles, esta online. Abro a conversa em video e espero eles aceitarem a conexao.
Uma imagem do meu quarto aparece na tela e suspiro de saudades. Depois de alguns segundos, Amarilis se aproxima apontando para a tela e vejo o rosto do meu pai aparecer no canto esquerdo.
- Filha, é voce mesma? - ele pergunta.
- Claro! Desculpem nao ter entrado em contato antes. Estava... ocupada.
Os olhos dele estao cheios de lagrimas. Aliviado como se achasse que eu tinha sido levada
- Entendemos, querida! - ele responde. - Nao faz nem um dia que voce saiu e ja sentimos muito sua falta.
- Deixe ela contar como foi seu dia, Eduardo. - Amarilis ralha. Rio. - Nos conte o que tem achado daí.
- Ah! Nos a vimos na BelTv! - mru pai diz orgulhoso. - Voce falou muito bem. Achamos que deu uma boa impressao.
- Tambem tem uma pequena entrevista minha no Dias Belnegro. - respondo.
Meus pais se abracam olhando para mim.
- Estamos com tanto orgulho de voce, Alice. - meu pai diz. - Esta gostando de tudo por aí?
Ele pergunta ansioso.
- Sim. É tudo lindo por aqui. A Universidade é gigantesca. Muito maior do que vemos pela tv. A Presidente Branca esteve na cerimonia e fez um discurso. - suspiro. - E fiz um tur pela cidade e pela universidade.
- Parece excitante! - Amarilis diz r estranho sua verbalidade. - Entao, tudo ok?
- Sim.
Sinto uma vontade enorme de falar a sos com meu pai e lhe contar tudo que sei. Ele me daria um bom conselho. Ele saberia o que fazer. Encontro seu olhar na tela e vejo que ele sentiu minha apreensao.
- Preciso dormir. Amanha levantarei cedo. - digo.
- Tudo bem, filha. Nao nos deixe sem noticias. Amamos voce. - meu pai fala.
- Tambem amo voces. Boa noite.
Desligo a conexao e me sinto arrependida. Nao gosto de esconder nada dele. Ainda mais algo tao importante assim. Mas, é melhor nao preocupa-los. Tenho que saber lidar sozinha com dificuldades. Como poderei me tornar uma adulta se depender deles para tudo?
Com alguma dificuldade encontro o icone para desligar o "computador" e o holograma desaparece. Olho para o meu relogio de pulso. 21:30 hrs. Visto meu pijama que ainda esta com cheiro de casa e me estico na cama me sentindo mais cansada do que o possivel. O sono me encontra rapidamente.

                       +++

Desperto subitamente quando ouco passos e vozes acaloradas em frente a porta do meu quarto. O corredor esta iluminado, e sombras fabtasmagoricas entram pela fresta embaixo da porta de metal. Meu coracao bate veloz, a adrenalina percorrendo meu corpo. Sinto minha pulsacao vibrando atraves das veias. Me sento e me encolho na cama tentando distinguir as palavras que os homens dizem, mas nao consigo compreende-las. Eles falam rapidamente, e uns por cima dos outros. É assustador.
Fecho os olhos e so consigo pensar em uma coisa. Eles descobriram. A porta se abre subitamente, e abro meus olhos assustada. Tres soldados estao parados na soleira da porta me encarando como se eu fosse um animal selvagem. Um deles da um passo a frente, invadindo meu quarto. Recuo sobre os lencois cheia de pavor.
- O que voces querem? - minha voz sai estridente.
- Levantesse. Voce vira conosco. Sabemos o que voce é. Entao, coopere. - o que esta mais perto diz.
A luz do quarto é acesa, e percebo minha visao embacando o rosto dos soldados. Mas, nao deixo de encara-los.
- Voces estao enganados. Nao sabem quem eu sou. Saiam do meu quarto!
Dois deles se aproximam depressa e se lancam em minha direcao. Agarram meus bracos tentando me içar da cama. Enlouqueco. Vejo Jackson em minha frente. Mas, ele esta em todos os lugares. Acerto um chute no estomago do Jackson da esquerda. Mordo o braco do Jackson da direita. Eles grunhem, mas nao me soltam. Luto, puxo, mordo seus bracos nus, mas nao adianta. Eles foram treinados para suportar a dor.
Me içam da cama enquanto esperneio. Outro Jackson, tenta  amarrar minhas pernas com uma especie de algema. Acerto-lhe um chute no rosto. Vejo o sangue jorrar de seu nariz e cair sobre a marmore.
- Tome essa, Jackson! - vocifero para ele.
Os outros Jackson seguram meus bracos atras das minhas costas com mais firmeza, e dizem coisas que nao consigo distinguir. So sinto a dor nos meus bracos arder. Parece que querem quebra-los. O terceiro Jackson pega uma arma de um bolso da sua farda e a aponta diretamente para o meu peito. É o meu fim, penso. Abaixo um pouco a cabeca, e ouco o disparo da arma. Ele ecoa atraves da minha mente e sinto uma dor profunda seguida de uma anestesia. Um dardo vermelho se cravou em mim atraves da roupa, e me curvo sentindo calafrios e tonturas ate que caio na escuridao completa.

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