segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

[Resenha] Dezenove Luas

Sinopse: Emocionante final da
saga Beautiful Creatures, que
vendeu mais de 100 mil
exemplares apenas no Brasil.
Nesse novo volume, após ter
se sacrificado para
restabelecer a Ordem das
Coisas e salvar o mundo de
um apocalipse iminente,
Ethan precisa encontrar uma
forma de retornar do mundo
dos mortos e reencontrar
Lena, seu único e grande
amor. Enfrentando velhos
inimigos e fazendo aliados
improváveis, ele precisa
acreditar que o verdadeiro
amor conquista tudo. Será?
Título: Dezenove Luas - série
Beautiful Creatures #4
Autor(a): Margaret Stohl e Kami
Garcia
Páginas: 322
Editora: Galera Record
Avaliação: 5/5
Contém spoilers dos livros
anteriores .
Depois do encantamento inicial, de
três livros, de muitas surpresas e
reviravoltas, de muitos altos e
baixos e de uma adaptação
decepcionante, Beautiful Creatures
chega ao fim. Não foi fácil dizer
adeus e talvez vocês percebam isso
com a resenha um tanto quanto
emocional, mas o que posso dizer é
que Dezenove Luas deu um final
lindo e digno a série.
Ethan sacrificou a sua vida para
restaurar a Ordem e salvar a vida
de todos que ama. Agora ele está
no Outro Mundo , preso em uma
réplica exata da sua casa e junto
da sua mãe, mas mesmo ele
conhecendo seu destino e
aceitando que está morto, Ethan
não consegue deixar Gatlin e
principalmente Lena para trás.
Depois de descobrir que talvez não
era para ele ter morrido e que
talvez haja uma forma de desfazer
sua morte, Ethan vai se aventurar
pelo Outro Mundo e enfrentar
novos inimigos para conseguir
voltar para casa.
Depois do final desesperador de
Dezoito Luas eu não sabia muito
bem o que esperar, mas assim que
comecei a leitura fui, novamente,
conquistada por esse mundo
incrível dos Conjuradores . Para
mim, o maior mérito da série é a
mitologia e o mundo criado pela
Margaret Stohl e Kami Garcia. É
incrível como a magia salta das
páginas e envolve o leitor, como
tudo é original, surpreendente e
único. Um grande exemplo é a
própria Gatlin, já que desde o
primeiro livro a cidade se tornou
muito mais do que o local em que
tudo acontece, virando quase um
personagem com todas suas
peculiaridades. Mesmo depois de
três livros, eu ainda fui pega de
surpresa e fiquei fascinada com
tudo que existe no Outro Mundo
criado pelas autoras.
Desde o livro anterior que o Ethan
de fato se tornou o protagonista da
sua estória e aqui isso fica ainda
mais evidente. Mesmo tendo um
pouco de cada personagem, o
Ethan rouba toda a nossa atenção
com a sua força, determinação e
amor incondicional para com
aqueles que ama, principalmente,
é claro, a Lena. Durante toda a
série o personagem sofreu demais,
perdeu muita gente e sacrificou
muitas coisas (até a sua própria
vida) e fica impossível não sentir
pena por ele e ao mesmo
admiração pela força que ele
adquiriu com tudo isso. Nessa sua
jornada para voltar pra casa ele
enfrenta tudo de frente e não
desiste nunca, ele se tornou o
herói de sua própria estória, um
mortal que se destacou muito mais
do que todos Conjuradores e
Incubus que conhecemos.
Sei que muita gente, como eu,
acha todo o amor do Ethan e da
Lena um pouco demais , até um
pouco irreal, mas com o passar dos
livros eu acabei considerando esse
relacionamento absurdo parte
intrínseca de toda a estória de
Beautiful Creatures e parei de me
incomodar tanto com isso. Em
Dezenove Luas isso não incomoda
tanto quanto nos outros livros e,
sinceramente, essa intensidade de
sentimentos entre os dois foi um
elemento essencial para que o
Ethan seguisse seu caminho.
Umas das coisas mais legais do
livro é que as autoras fizeram
vários paralelos com momentos
importantes dos outros volumes,
cenas que marcaram os leitores e
que foram cruciais para o
desenvolvimento da estória dos
personagens. A vida do Ethan
mudou de forma radical durante os
seus últimos quatro anos e nós
fazemos meio que uma
retrospectiva de tudo isso de uma
forma muito subentendida e
interessante de se acompanhar.
A narrativa desse último livro está
deliciosa, a partir do momento em
que você começa a ler os primeiros
parágrafos é simplesmente
impossível de parar até chegar ao
final. Mesmo tentando enrolar para
que não acabasse tão cedo, eu li o
livro todo em um dia.
As autoras fecharam muito bem a
sua estória , não deixaram
nenhuma ponta solta e nenhum
ponto sem explicação. Todos os
personagens que um dia foram
importantes e/ou marcantes são
lembrados, mostrados e recebem
um final. Nem todos esses finais
são os que esperamos que seriam
e nem todos são bons, mas
nenhum é esquecido ou deixado
de lado. Sem dúvida foi difícil
dizer adeus para personagens
como Macon , Link , Amma , Ridley,
Liv, Marian e, claro, Lena e Ethan .
Mas mais difícil ainda foi aceitar o
final.
Beautiful Creatures não é uma
série que idealiza situações, as
autoras são tão cruéis com seus
personagens como a vida é muitas
vezes cruel conosco e isso não
muda nesse seu capítulo final.
Acho que até agora eu estou em
choque com o que aconteceu, nem
por um segundo eu imaginei que
aquilo iria acontecer. Olhando para
trás faz todo o sentido, mas é
impossível olhar para esse
acontecimento de forma não
emocional. Eu chorei, e muito .
Esperei por alguma solução para
aquilo, uma reviravolta que não
veio e depois de tudo eu só queria
abraçar o Ethan e todos os outros
personagens e dizer que ficaria
tudo bem, que finalmente tudo
ficaria bem.
Dezenove Luas traz um lindo final
para a série. Mais voltado para o
lado emocional dos personagens, o
livro fala sobre perda, dor e
sacrifício, mas também sobre
determinação, amor, fé, esperança,
força, amizade e família. Tudo isso
com toques magníficos dessa
mitologia tão única que só
Beautiful Creatures tem. Foi difícil
dizer adeus para Gatlin, com todos
os seus personagens, segredos e
poderes, mas ficou infinitamente
mais fácil tendo um fechamento
tão incrível quanto esse.
Eu nunca tinha estado
sozinho. Nem por um
minuto. Eu posso ter sido um
Obstinado, mas meu caminho
estava cheio de pessoas que
me amavam. Elas eram o
único caminho que eu
conhecia.
Eu acho que é sobre isso a
jornada de um herói. Você
pode não começar como um
herói, e você pode até não
terminar desse jeito. Mas
você mudou, o que é o
mesmo quando tudo muda. A
jornada transforma você, você
sabendo ou não e você
querendo ou não.
Tem um ponto. Eu não sei
qual é, mas tudo o que tinha,
e tudo o que tinha perdido, e
tudo o que eu senti –
significou alguma
coisa. Talvez não haja um
significado para a vida. Talvez
só se tenha o significado de
viver. Foi isso que eu aprendi.
É isso o que eu vou fazer
daqui pra frente. Viver. E
amar, piegas como soa.

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