terça-feira, 21 de janeiro de 2014

[Resenha] As Vantagens de Ser Invisivel - Stephen Chbosky

Publicado pela Editora: Rocco
Sinopse: Charlie é um adolescente solitário e com uma visão de mundo pouco complexa.Sem amigos ou grandes emoções na vida, ele divideconosco sua história a partirde cartas para um amigo anônimo. Seu dia-a-dia é monótono, mas, ao mesmo tempo, suas cartas são recheadas de acontecimentos. Isso porque Charlie é extremamente observador e analista, o que acaba rendendo ótimos comentários para seu “amigo por correspondência”.A verdade é que ele sempre foi incompreendido. Seu único amigo cometeu suicídio, sua tia querida morreu, seus pais o tratam com extrema cautela e sua irmã mais velha tem seus próprios problemas para lidar. Não havia muito mais o que fazer a não ser ir sobrevivendo um dia de cada vez. Mas sua vida muda radicalmente quando três pessoas entram nela: Bill – seu professor -, Sam e Patrick. A partir daí ele vive experiências inesquecíveis, lê livros extraordinários, e passa a ser ator e não espectador. Charlie passa a se sentir infinito.
Enquanto Bill mostra-se umprofessor interessado no aluno, incentivando-o a descobrir novos mundos nas páginas, mas sem deixar de viver sua vida de verdade, Sam e Patrick trazem intensidade para a vida de Charlie.Festas, mais amigos, novas experiências e até o amor fazem parte de sua nova rotina. E Charlie está disposto a experimentar de tudo para aproveitar a vida,como todos insistem para que ele faça.Acompanhamos o desenrolar da história intimamente, pois acabamos sendo os receptores das cartas do protagonista. Somos envolvidos por sua vida e podemos observar com segurança e proximidade a visão de mundo de Charlie. É visível que ele tem problemas e a forma como encara a vida soa quase inocente, mas, na verdade, é bem preto no branco. Charlie não busca significados ocultos nas situações, apenas faz uma análise quase fria dos fatos.E, com isso, ele consegue enxergar coisas que uma visão passional não enxergaria.O livro é uma leitura gostosa e fácil, apesar de, no início, ter achado o narrador chato e um tantinho irritante. Mas depois que você entende o personagem, Charlie é como um amigo de quem gostaria de tomar conta.Sam e Patrick, apesar de não serem politicamente corretos, são carismáticos e companheiros, o tipo de pessoa completamente diferente do protagonista e que, justamente por isso, cria uma ótima combinação. A entrada dos dois na vida de Charlie foi realmente um divisor de águas e o quemovimentou a história.Bill é um daqueles professores que já tive a honra de conhecer.
Alguém que vai além da sala de aulae investe no aluno para queele possa descobrir seu próprio potencial.A irmã de Charlie também é alguém decisivo para podermos compreender a personalidade do garoto. Os dois são responsáveis por momentos de tensão e ternura ao longo do livro, o que me trouxe lágrimas aosolhos.Acompanhar um ano na vida do personagem foi intenso. A história valoriza as relações de amizade e as familiares de uma forma peculiar, nos transportando de volta para a adolescência, naquela fase de questionamentos, descobertas e emoções fortes.Minha única ressalva é em relação ao final, porque acho que o autor definiu toda a personalidade de Charlie baseado em um único acontecimento – que é marcante, sim, mas simplificou toda a complexidade do personagem.

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