sexta-feira, 14 de março de 2014

[Resenha] A Dor Mais Afiada - Luis Dill

Publicado pela Editora: 8Inverso
Li em formato: físico (cortesia)

Sinopse:
O leitor não encontra aqui apenas o estilo perspicaz da escrita de Luís Dill. Há uma história picotada, de digressões que se condensam. É uma narrativa de transformação, de conserto. Por isso Douglas arruma carros. Por isso carrega consigo a chave de trocar pneus, companheira mais fiel que as mulheres.
A Dor Mais Afiada é um romance
policial adulto que conta a história
de Douglas, um mecânico envolvido num triângulo amoroso. Após tomar decisões erradas, ele vê-se envolvido em uma perseguição policial que o leva a encontrar personagens capazes de fazê-lo repensar sua vida. Narrada em primeira pessoa, a obra é dividida em exatos mil capítulos — todos curtíssimos e de leitura ágil. Orelha de Altair Martins.Estreia de Luís Dill na 8INVERSO.

O autor trouxe uma alternativa inovadora para sair da mesmice em sua narrativa deste romance policial. A construiu em 1.000 capítulos com um pequeno parágrafo cada. Neles temos intercalados a descrição da vida presente do personagem principal, como também flashbacks do passado dele e de outros personagens da estória. Achei bem interessante esse método, uma boa novidade para mim que nunca vi algo do tipo. Esse sistema deixou a leitura mais fluida, rápida e instigante. Li em apenas um dia e me prendi a leitura mesmo com seu assunto controverso e que não tive grande prazer em ler.

A capa é simples, em cor laranja, contando como ilustração um desenho vasado na forma de uma chave de roda (isso você vai entender durante a leitura). Apesar de simples, ela consegue ser agradável e chama um pouco a atenção.

O conteúdo dele me deixou um tanto impactada e desconfortável com a leitura por conta do seu enredo. Ele conta a estória de Douglas, um mecânico que descobre está sendo traído após 3 dias de casado. Para se vingar, ele assassina a esposa com sangue frio e com uma normalidade brutal com uma das suas ferramentas de trabalho. Depois do ocorrido, ele vai atrás do amante de sua mulher e com a mesma ferramenta também o mata. Quando se da início as investigações para apurar os casos, logo Douglas entra para lista de suspeitos. Ficando cada vez mais encurralado, ele decidi fugir da cidade. Em um novo local, ele encontra um novo amor (não correspondido por causa de suas atitudes), assim como o seu fim.

A morte de mulheres pelas mãos do marido está cada vez mais frequente em nossa sociedade. Basta ligar a tv, ler o jornal ou até mesmo entrar no facebook para nos depararmos com notícias monstruosas. Eles que deveriam proteger, entender e cuidar, na maioria das vezes são os primeiros a arquitetarem a morte de sua companheira. Movidos pelo ciúme, ódio, instruídos pelo mal, eles se acham no direito de derramar o sangue delas para limpar sua "honra". Nesta estória não é diferente. Douglas, movido pelo ciúme e pela raiva mata a mulher friamente e não sente um pingo de remorso. Com os flashbacks do seu passado conturbado, com conselhos de amigos e contando um pouco sobre a ex-mulher, ele tenta justificar sua atitude.

Li cada capítulo sem conseguir deixar o asco que tive pelo personagem de lado. Nenhuma justificativa me parece plausível para qualquer ser humano tomar uma atitude dessas contra o próximo.

Gostei um pouco da leitura porque ela nos mostra o que se passa nessas mentes conturbadas e errôneas que por motivos banais tiram a vida de outros. Um romance policial que mesmo contendo poucas palavras não deixa de ser impactante e de nos fazer pensar sobre o caos que impera no nosso meio. Ele nos mostra a crueldade em sua forma nua e crua e nos deixa a seguinte reflexão: "A que se faz, a que se paga."

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