segunda-feira, 24 de março de 2014

[Overrun: A Descoberta] Continuaçao do Capitulo 17

Enquanto ela dorme me reuno com os meus companheiros. Sentamos para um cafe na lanchonete da clinica ao redor de uma pequena mesa. Depois que os anjos souberam que ela estava bem nos chamaram para uma conversa. Pelas suas expressoes sérias imagino que nao seja uma coisa boa. Marcelo toma a palavra e ficamos todos em silencio.
- Bom, sabemos que agora a Laura é uma Overrun e nao poderá mais levar a mesma vida de antes. Ela é uma dos escolhidos. Estivemos pesquisando esses dias mais sobre a lenda e descobrimos que existem 7 overruns e voce é a setima, Laura. Diz a lenda que quando setes Overruns estiverem sobre a terra, sera o dia que o bem sobrepujara o mal. Cada um dos escolhidos juntos com seus sete anjos irao para a batalha final, mas antes disso cada um dos setes tera que descobrir a chave do seu proprio caminho.
- Isso quer dizer que devemos procurar pelos outros seis Overruns? - pergunto.
- Nao e sim. Parece que o caminho que voce descobrir te levara para junto dos outros. Ainda preciso estudar mais a lenda. - Marcelo responde. - Fora isso, quero lhe contar outra coisa, Laura.
- Pode falar.
- Acho que seria mais apropriado que Bianca lhe diga.
Bianca me da um olhar amavel e contente antes de começar a falar.
- Eu recebi uma mensagem ontem, Laura. E sua mae nao podera mais ficar perto de voce. Ela iria correr muitos riscos ao seu lado. E voce deve manter o equilibrio e nao quebra-lo.
- Como assim? Eu nao posso deixa-la fora das minhas vistas. Voces viram o que aconteceu daquela vez! - falo irritada.
- Mas, voce nao ouviu o mais importante. Eu vou com ela.
- Voce vai com ela? Mas, como...
- Eu agora sou Slaver dela. Por isso, nao tinha ido ainda. Eu fiquei muito contente com essa noticia, Laura. Voce nao imagina o quanto.
- Eu nem sei o que dizer. Estou perplexa. Voce vai contar a ela?
- Nao. Eu vou evoluir para uma forma adulta e irei acompanha-la de perto, mas como amiga. Vou conseguir uma promocao para ela em outra livraria de outra cidade e vou trabalhar junto com ela. Manterei tudo sobre controle.
- Eu nao queria que fosse assim. Eu nao tive nem tempo de aproveitar a companhia dela ainda. Isso nao é justo.
- Laura, nao podemos ir contra o destino. Imagino que voce tenha muito a dizer a ela agora tera tempo para isso. Mas voce sabe que ela nao pode ficar.
- Eu sei, mas isso nao faz tudo parecer melhor. Ela é minha mae. Finalmente, posso dizer que ela é minha mae.
- Voce confia em mim? - ela pega minha mao sobre a mesa e me olha direto nos olhos e eu sei que nao preciso nem pestanejar.
- Claro. Tudo bem, Bianca. Eu vou concordar com isso pelo bem dela e por te conhecer tao bem. Sera dificil para mim deixar voces duas irem.
- Nos nunca iremos totalmente.
Ela afaga meu rosto por um momento e ficamos em silencio por alguns minutos.
- Voces sabiam que existiam mais Overruns? Que eram tantos assim? - Jefferson pergunta.
- Nao. Eu nunca tinha lido a lenda antes. Como eu disse, ela nao é muito comentada. So os de hierarquia mais avançada tem acesso a ela.
- E como voces tiveram? - pergunto.
- Digamos que eu ganhei uma copia dela ao me tornar seu acompanhante. - Marcelo responde. - Ainda estou tentando decifra-la por inteiro. Esta escrita em uma lingua antiga morta.
- Voce acha que os outros estao aqui? Na cidade?
- Talvez nem estejam nesse país. Preciso estuda-la mais a fundo. Depois que Bianca levar sua mae em segurança para outra cidade conversaremos mais sobre isso.
- Isso parece assustador. - falo.
- Voce tem que ter em mente que nada será facil sendo uma Overrun. - Leandro diz carrancudo e viro meu rosto para outro lado.
- Marcelo, se a Juliana é uma Trihair e ela é o meu oposto isso quer dizer que existem mais com ela?
- Provavelmente, sim. Mas nao teremos como saber agora. So eles tem acesso a sua propria lenda.
- Voces acham que ela pode nos atacar aqui? Ou quando formos para casa?
- Ela sabe que estamos preparados para isso e agora fara tudo na base da surpresa. Entao, provavelmente ela nao va dar as caras agora. - Marcelo responde. - Nao se preocupe com isso agora. Aproveite o tempo que tem com sua mae. Nos estaremos de olho em tudo. - ele afaga meu ombro.
- Bom, eu nem cheguei a agradecer voces por isso. Eu nao tenho palavras para expressar a importancia que voces tem para mim. Se ja nao bastasse o motivo de salvar vidas sendo uma Overrun, eu seria por voces.
- Lindas palavras, Laura! Nos estamos muito felizes por servirmos ao lado de voces. - Bianca diz sorrindo.
- Eu faria tudo de novo e de novo e quantas vezes fosse preciso. - Jefferson fala acariciando meu rosto.
Aproveitamos o restante do lanche em silencio e depois voltamos para o quarto. Os anjos preferem ficar do lado de fora para nao causar comoçoes com a minha mae, assim como Jefferson. Ela nao entenderia eu andar cercada por tres desconhecidos alem de ja estranhar meu namoro com Jefferson.
Entro no quarto e vejo-a tomando um pouco de sopa em uma bandeja na cama. Me sento ao seu lado e ela me estuda como se querendo me reconhecer. Deixo que ela tenha acabado tudo para conversarmos.
- Como se sente? - pergunto.
- Muito fraca e bastante confusa. Tentei me lembrar do acidente ou da viagem, mas apenas me recordo de esta trabalhando na livraria e as memorias escurecem.
- Nao tente pensar muito nisso. O importante é que voce esta bem agora.
- Quem me levou ate la? Como ele nao esta assim como eu?
- Bem, a tia Amelia mandou alguem vir lhe buscar dos vizinhos dela  e ele tambem ficou mal. So nao entrou em coma.
- Porque sua tia queria que eu fosse para la assim com tanta pressa que precisou mandar alguem?
- Eu nao sei bem, mae. Nao lembro mais direito. Descanse agora.
- Isso é muito esquisito.
- Voce nao imagina o quanto... - murmuro.
- O que disse?
- Nada.
Ela me analisa dos pes a cabeça e parece que é a primeira vez que faz isso. Tudo parece tao novo agora. Como se so agora, eu soubesse o que é uma mae.
- Voce esta diferente, Laura.
- Digamos que esse seu acidente me obrigou a mudar um pouco.
- Entao, isso é uma coisa boa. Quem esta cuidando la de casa?
- Eu arrumo la de vez enquando.
Depois de alguns minutos de um silencio constrangedor, ela volta a falar.
- Laura, o que houve com Gabriel?
- Eu nao sei se gostaria de falar sobre isso.
- Entao, voce nao mudou. Continua escondendo as coisas para si?
- Isso é algo dificil de falar. Resumindo, ele agora tem outra pessoa e eu tambem segui em frente.
- Mas, voce gosta dele?
- Do Gabriel?
- Nao. Estou falando do Jefferson.
- Mais do que eu ja gostei de qualquer outro. Ele tem sido um anjo para mim.
- Fico feliz por voces. Ele parece ser um rapaz direito. Ele mora la no bairro? Estuda com voce?
- Ele estudava sim, mas mora em outro bairro. Perto do bosque...
- Que bosque?
- Nada, mae. Descanse agora. Vou dar uma saida, mas volto logo. Qualquer coisa, aperte esse botao aqui que uma enfermeira vem ate aqui, ok?
Ela meneia a cabeça em um gesto afirmativo e parece cansada. Ajeito o cobertos sobre ela e dou um beijo em sua testa assustando tanto a ela quanto a mim. Quando saio todos me encaram no corredor como se eu fosse o centro do nosso grupo. Por um momento desejo esta sozinha, ir ate o bosque das cinzas. Mas quando Jefferson me abraça e sinto seu cheiro e o calor do seu corpo, eu desmorono e sei que agora nunca mais precisarei ir ate la. Nunca mais irei precisar me esconder, ter medo e me retrair. Agora eu posso simplesmente deixar os sentimentos irem. Finalmente posso ser eu.

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