sábado, 12 de abril de 2014

[Overrun: A Lenda dos Sete] Mais do Capitulo 18

Me sento novamente da cadeira me sentindo feliz pela recem descoberta. Agora ja sabemos para onde devemos ir, qual sera nosso primeiro passo. Ainda assim algo assusta minha alma a balançando dentro de mim em uma tentativa tola de escapar. Quando se chega ate aqui nao a mais como voltar, diz a minha profecia. Quando eu colocar meus pes dentro daquela cidade minha vida estara selada. Para o triunfo ou para o fracasso. Condenada ou absolvida. E so no final dessa lenda terei a resposta.
- Isso é magnifico! Ainda nao posso acreditar que estarei com voce descobrindo uma cidade escondida. Que eu estarei la quando os portoe forem trancados. - Jefferson fala entusiasmado.
- Nos vamos ate la amanha. - Marcelo fala. - Isso parece requerer nossa atencao o quanto antes ou a Laura nao teria tido essa visao.
- Eu ainda posso escolher? - pergunto.
De repente, meu coraçao ficou acelerado e as palavras sairam. Como uma ultima tentativa desesperada. Mesmo que eu saiba a resposta que vem a seguir.
- Nao a escolha. O seu destino te encontraria cedo ou tarde, Laura. Adiar isso esta alem das suas forças. - Marcelo fala de uma maneira leve. Tentando fazer as palavras serem mais faceis de se digerir.
- Laura, nao precisa ter medo. Voce pode confiar em nos. E o mais importante. Pode confiar em si mesma. - Jefferson fala.
- Eu confio. - suspiro derrotada. - So preciso de uma boa noite de sono para poder me arriscar  amanha. Nao se preocupem comigo. Eu estarei pronta.
             
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Mesmo nos braços protetores de Jefferson existe um lugar que ele jamais poderia me salvar. Dentro de mim mesma so eu posso me entender. Os sonhos estao la um apos o outro me perturbando. Sons de asas flamejantes, de flechas atiradas ao acaso, sons de espadas chocadas umas contra as outras. Em meio a escuridao eu ainda posso ver aquela estatua me assombrando. Posso sentir a flecha em meu peito me rasgando por dentro. Mas talvez seja tudo por conta do medo. Afinal, eles sao anjos e foram criados para nos ajudar. Talvez eles so precisem de algo que os disperte para a batalha.
Depois de pegat todos os meus utensilios espirituais e uma copia da profecia aqui estou eu novamente pisando no local onde eu prometi que nao iria mais voltar. Cada passo que dou em direçao ao meio do bosque retumba em meu coracao. Tenho consciencia de Jefferason segurando minha mao forte entre as suas e de Marcelo ao meu lado. Nos nao sabemos pelo que procurar para ativar o portal, mas Marcelo acha que deve ser como abrir um selo.
Paro embaixo da minha arvore procurando por uma pedra ou bloco com alguma inscricao. Tive a ideia de que aqui seria o lugar mais obvio para procurarmos primeiro ja que tudo parece esta ligado a mim diretamente. Dou a volta por ela quando tropeço em algo. Me abaixo e vejo uma ponta de pedra acima da terra. Uso as maos para afastar os pedregulhos e cavo. Depois de alguns minutos me deparo com um bloco de pedra cinza. A ponta para fora é uma parte excedente da pedra em forma circular. No meio dela fica um buraco em um formato como de uma fechadura.
Percebo a chave do meu colar brilhar intensamente e a coloco na fechadura. A giro e ouço um estalo. Olho para os outros esperando que algo aconteça, mas nada vem. Me levanto e imediatamente o chao começa a tremer. Me seguro em Jefferson para nao cair e quando olho para o meio da trilha vejo surgir do chao uma escultura. Aponto para que os outros olhem e pego o Stin por precauçao. Uma aguia com as asas abertas aparece sobre o topo do que parece ser o portal. Nos encaminhamos para perto dele e percebo que Jefferson segura uma espada de prata nas maos que parece um outro tipo de Stin.
Quando estamos de frente para o portal o tremor para. Atraves dele podemos ver apenas o restante da trilha. Marcelo vai ate ele e começa a olhar as inscricoes. Ao redor dos pilares estao incrustados elaborados desenhos de arqueiros em batalhas. Agunas voando e atirando flechas para baixo, outros apontando suas flechas para nos. Um dos desenhos me chama atencao e parece ser o mais bem feito deles. Um arqueiro de costas com o rosto levemente voltado para tras. Suas asas pairam atras de si quase fechadas e ele segura firme o seu arco. Seu olhar é serio e ao mesmo tempo triste. Seu cabelo bagunçado me tras alguma recordacao. Quando compreendo de onde vem a semelhança e quem é aquele anjo um som estridente corta o ar.
Me afasto rapidamente com o Stin ja em forma de espada de maneira defensiva quando vejo luzes surgirem em meio a rachaduras do topo do portal. A escultura da aguia esta se despedaçando e uma luz forte vem de seu interior. A aguia do meu sonho aparece por baixo dos fragmentos restantes fechando suas enormes asas e recolhendo sua luz. Ela espana o restante da pedra de suas penas e logo olha para nos com seus olhos dourados. Algo chama sua atencao no portal e ela olha para baixo como se vendo algo por ele que nao podemos enxergar.
Entao, a imagem da trilha por ele parece se misturar formando outra em seu lugar. Meu coracao dispara quando vejo o brilho do fogo selvagem da fonte dos anjos arqueiros.

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Assim que passamos pelo portal olho para tras para ve-lo, mas ja nao nada alem do que a paisagem de Konden ao nosso redor. De frente para nos esta a fonte com a escultura do arqueiro apontando sua flecha para nos. Olho ao redor e percebo que estamos no meio de algum tipo de praça em forma circular. Arvores baixas nos cercam por todos os lados, mas por entre elas da para se distinguir partes das construçoes cinzas de pedra. Seguro a mao de Jefferson entre as minhas e ele olha para mim sorrindo para me tranquilizar. Marcelo e Leandro olham para o céu parecendo serios e como se esperassem algo vir la de cima.
- Fiquem juntos e ergam as espadas. Eles estao vindo. - Marcelo diz mecanicamente.
- Mas nao vejo nada. - digo olhando para o ceu em um tom amarelo como se estivesse amanhacendo.
- Ouça. - Jefferson fala.
Depois de alguns segundos forçando meus ouvidos a captarem alguma coisa finalmente ouço um som se aproximando e ficando mais intenso. Como se mil asas rasgassem o ar. As arvores ao nosso redor se agitam e o vento que nos circula faz parecer que um helicoptero esta um pouco acima de nossas cabeças. Mas ainda nao posso ver nada alem das folhas se agitando.
Logo, por entre as arvores, percebo algo se aproximando. O sol em contato com as asas deles reflete em diversas direcoes como em um espelho. Eles aparecem velozmente e voam pelo espaço onde estamos nos circulando e nos forçando a ir para mais perto da fonte. E do fogo. Conto cinco deles assim que eles pousam no chao ao nosso redor. Eles sao todos brancos como pessoas albinas e estao vestindo um tipo de uniforme militar totalmente branco. Seus cabelos revoltos quase selvagens cortados do mesmo tamanho e forma, mas possuem cores diferentes assim como seus rostos tambem o sao. Suas asas totalmente abertas reluzem como uma energia propria e sao totalmente brancas. Apenas a de um é de um cinza fosco.
Este vem ao nosso encontro com uma expressao raivosa. Seu corpo musculoso e sua altura como do mais alto jogador de volei nos da uma impressao imponente e a luz que emana dele, respeito. Eles parecem cinco bolas de luz vindas diretamente do paraiso para a batalha.
O arqueiro de asas cinzas para de frente para Marcelo e dar um olhar de nojo para Leandro de uma maneira como se ja o tivesse visto antes. Ele segura firme o seu arco cor de prata e olha diretamente nos olhos de Marcelo que o devolve um olhar exatamente duro.
- O que fazem aqui, forasteitos?
Ele diz cuspindo cada palavra e nao era o que eu esperava vindo de um anjo. Mas lembro que ele é um desertor.
- Cumprir os nossos destinos, Augustin.
- Nossos destinos? Eu nao tenho nada com voces. Nem ao menos os conheço.
Em um impeto de raiva vou ate onde eles estao e olho diretamente nos olhos dourados de Augustin.
- Sou uma Overrun e espero que voce colabore conosco. Voce deve saber de que destino ele falou.
Ele me olha com curiosidade e suas asas se fecham as suas costas.
- Os levem para o ministerio. La decidiremos o destino de voces.
Ele voa por entre as arvores abilmente nos deixando para tras. Quando penso em erguer minha espada sinto algo prendendo meus braços em minhas costas e me debato tentando me soltar. Um dos arqueiros amarrou de maneira altamente rapida uma corda em meus pulsos e tao vekoz quanto me ergue com uma das maos em direcao ao ceu.
Olho para baixo e vejo os outros sendo erguidos tambem. Encontro o olhar de Marcelo por apenas um segundo e o vejo calmo. Sinto sua voz se formar em minha mente quando afasto meu rosto para ver para onde estao nos levando.
- Nao tenha medo. Temos que cooperar ou nao teremos como escapar. Meus poderes nao funcionam aqui.
Um tremor percorre meu corpo quando visualizo um castelo erguido em cima de um precipicio que circunda a cidade. Olho para baixo e vejo as cosnstrucoes como predios um aos lados dos outros com ruas estreitas entre eles e percebo que ela nao é feita de pedra e sim de ferro. Finalmente, chegamos em Konden e agora o nosso destino esta nas maos deles. E eu espero que ele nao termine aqui.

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