sábado, 12 de abril de 2014

[Overrun: A Lenda dos Sete] Final do Capitulo 18

A cidade fica no meio de uma cratera circundada por um penhasco com alguns quilometros de altura e parece pequena. O restante do lugar é composto por uma floresta fechada de pinheiros. Voamos rapidamente por um dos lados do paredao em direcao ao enorme castelo. Ele é feito de pedra e possui quatro torres na frente e algumas pistas com obstaculos que eu suponho que sejam para pratica de voo. As torres nao possuem portas apenas algumas janelas para que eles entrem por elas e nenhuma escada. A entrada para ele fica a alguns metros do chao e por isso seria inacecivel para nos. Um portao de madeira é abaixado e entramos por ele. Um grande salao se abre ao nosso redor e quando ergo minha cabeça vejo que nao a escdas em lugar algum. Apenas portas por toda as paredes acessiveis apenas por voo. Eles nos levam por um corredor com varias portas fechadas e dobramos por um segundo corredor. Esse se abre em outro solo de tamanho menor que o primeiro e sem portas nas paredes. Todo o castelo tem um ar medieval o que acaba nao combimando com o estilo militar dos anjos. Um tapete vermelhor vai da entrada ate uma grande mesa na parede dos fundos com tres grandes assentos por tras onde estao sentados anjos com uma aparencia mais adulta. Eles nao sao idosos, mas algo me diz que sao eles que governam esse lugar e que detem toda a sabedoria e ensinamento que pasaam para os demais.
Quatro cadeiras uma ao lado da outra foram colocadas de frente para a mesa dos anciaos como se eles ja nos esperassem a muito tempo. Posso ver o pó e teias que se acumularam sobre elas. Somos colocados no chao e as cordas retiradas de nossos braços. Massageio meus pulsos doloridos no momento em que o anciao do meio se ergue e suas asas sao um pouco abertas e luz emana dele fortemente por alguns segundos.
- Todos sentem-se. - ele diz com uma voz melodiosa como se estivesse misturada ao som de um violino.
Nos sentamos depois de espanar a poeira e o anciao se mantem de pe.
- Esperavamos pela vinda de voces a muito, muito tempo. E sei que esperam que nos estamos felizes com isso e que iremos ajuda-los na sua tarefa. Bem, nao é isso o que queremos. E penso que voces tambem nao.
- Aonde voce quer chegar com isso, Julius? - Marcelo pergunta um pouco acima do tom.
- Ora, chegaremos la. Nos podemos ate termos sido criados para isso, mas nos queremos comandar o nosso proprio destino. Nao queremos ser capachos de humanos. Seu mundo significa tao pouco para nos para que nossas vidas sejam exterminadas por elas.
- Se voce pensa assim a insignificancia esta em voce, nao em nos. Voce nunca deve ter saido deste plano para poder falar de nos com tanta intimidade! - falo e atraio seu olhar para mim.
Um sorriso ameaçador cruza seus labios, mas permaneço inabalavel.
- Eu conheço voces desde a criacao. Nos sempre estivemos de olho em voces ate decidirmos tomar as redeas de nossa existencia. Nao ficarei explicando meus motivos para voces, simples mortais. Seus destinos estao agora em nossas maos e creio que teremos que mudar a direcao dele. Sentencio voces a reclusao perpetua nas masmorras baixas por terem invadido nossos dominios. Podem leva-los.
Ele se vira para nos e abre suas asas cobrindo o rosto dos outros anciaos. Me ergo juntamente com os outros e procuro por minha espada quando percebo que estou sem ela. Oito anjos vem em nossa direcao e estamos despreparados sem nossas armas e sem nenhum poder. Mas nao vamos nos entregar sem lutar. Sinto um poder fervente por todo meu sangue e tenho a certeza  do que sou. Olho para os outros que estao esperando pela luta com medo em seus olhos. Ate mesmo Marcelo.
Os arqueiros formam pares e vem para cima de cada um de nos. Eles mergulham no ar em nossa direcao e vejo quando um deles acerta um soco no rosto de Leandro o arremessando para longe. Olho para frente quando um deles desce em minha direcao com a mao fechada em punho. Antes de ele chegar bem perto me lanço para o chao me apoiando com os braços e o chuto na barriga com o pe direito. Ele é jogado para tras com força o bastante para quebrar a mesa onde os anciaos estavam e agora ja nao os vejo em lugar algum.
Me levanto e espero que ele se aproxime voando para um ataque. Me lanço em direçao a uma de suas asas para tentar pega-lo por tras e minha maos  passam direto por ela e ele aproveita e me pega pela cintura me elevando do chao. Tento me livrar inutilmente do seu aperto enquanto nos movemos para fora do salao. Olho por sobre o ombro dele e vejo Marcelo sendo golpeado no estomago varias vezes. Do seu lado Leandro e Jefferson estao inconscientes. Sem seus poderes nao podem fazer nada alem de aguentar firme. E sem ajuda tambem nao posso fazer nada diferente.
- Voce nao poderia me soltar pelo bem da humanidade? Talvez voces acabem pagando por isso cedo ou tarde. Se eu nao posso fugir do meu destino tampouco voces podem.
Ele apenas olhou para mim por um segundo e nao disse uma palavra. Fiquei em silencio aproveitando para ver cada detalhe do caminho para caso um milagre acontecesse e conseguissimos fugir. Passamos pelos mesmos corredores anteriores que dao no salao. Em uma das extremidades pousamos e ele me mantem presa depois de amarrar meus braços com uma corda enquanto ele retira um pequeno tapete do lugar revelando uma porta de madeira velha de um alçapao. As palavras de Augustin retornam em minha mente. Masmorras Baixas. Faz todo sentido.
Descemos pelo buraco escuro e umido e um cheiro putrefato me atinge em cheio. Nos esprememos pela passagem que parece infinita e posso ouvir o ressoar do meu coracao. Minhas maos começam a suar e tenho medo do que vou encontrar quando chegar la embaixo. Depois do que parece uma eternidade, aterrisamos. O lugar tem algumas tochas de fogo, mas ainda assim parece muito escuro para mim. Uma pequena sala sem mobilia da vista para um corredor de celas. Varias delas ate que nao posso maia enxerga-las por falta de iluminacao ao longo do corredor. Apenas as primeiras celas permanecem com alguma luminosidade. Ele me empurra para que eu siga em frente e percebo o cheiro forte de algo podre e gostaria que meus braços estivessem livres para acalmar meu nariz. Por sorte, ele para na primeira cela e noto que nao existe outros prisioneiros aqui. A porta de madeira se abre e sou jogada para dentro com força e acabo caindo no chao. Quando levanto a porta é trancada e apenas um pequeno raio de luz entra pelas grades de uma janelinha minuscula.
Ouço passos e vozes alarmadas e me jogo contra a porta. Pela janela mal posso ver alguma coisa com as barras tao proximas umas das outras, mas distinguo a silhueta de Jefferson a minha frente. Me afasto assim que a porta se abre e ele é arremessado para cima de mim com ainda mais força do que eu fui e caimos os dois no chao e tudo volta a escuridao.

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