sábado, 22 de fevereiro de 2014

[Overrun: A Descoberta] Continuação do Capitulo 14

Quando chegamos em casa uma reuniao esta em andamento. Leandro, Bianca e Marcelo estao sentados ao redor de uma mesa de uma mesa media de plastico estudando varios papeis. Assim que me aproximo mais percebo que sao mapas detalhados da casa de Juliana e do cômodo onde minha mae foi selada. Eles erguem brevimente a cabeça quando entramos, mas se voltam imediatamente de volta aos papeis. Leandro é o primeiro a nos chamar para entrar no assunto:
- Se aproximem. - ele fala indicando duas cadeiras juntas a mesa e nos sentamos. - Laura, eu quero que voce nos dê cada detalhe de que se lembra do comodo. - ele me da um dos mapas aproximados e um lapis para que eu escreva informacoes.
- Nos diga primeiro tudo o que voce viu em cada parte dele.
- Nessa primeira parte eu nao vi nada. So uma sala escura. Nao notei nenhuma mobilia. A unica iluminaçao que existe no comodo vem de tres lampadas ao longo do corredor. - paro tomando folego.
- Continue.
- Nessa sala aqui, - aponto para o mapa. - tem uma mesa com um computador e papeis e uma cadeira atras. É mais escura que a outra apesar de ser menor. Nessa parede aqui fica a porta para o quarto onde isolaram minha mae.
- faço uma pequena pausa antes de continuar. - Do lado da cama dela que fica nesse canto tem uma serie de aparelhos. So consegui identificar um monitor cardiaco e um aparato com soro. Todoa ligados a ela.
- Nao tem iluminacao nesse quarto tambem? - Bianca pergunta.
- Nao. So a que vem dos aparelhos, mas é quase nenhuma.
- Certo. - Leandro fala. - Mostramos tudo o que pudemos da casa a Marcelo e contamos quantos Damns haviam lá.
- Quantos? - pergunto.
- Dois para cada entrada e saida do comodo na parte externa da casa. Vimos mais dois no quarto da Juliana e um no escritorio. - Marcelo responde.
- Tantos assim? Eles tem nuita vantagem sobre nós. Somos apenas cinco. - Jefferson fala ao meu lado.
- Tres na verdade. - o corrijo. - Se voce levar em conta que provavelmente iremos aplicar a manobra Pass para irmos ate la. Estou certa, Marcelo?
- Sim. Estive pensando em varias possibilidades de ataque e essa é a mais eficiente. Voces sao muito vulneraveis sozinhos. Nao conseguiriam lutar com eles e poderiam ser possuidos por Errants.
- Tem razao. E voces viram algum Errant?
- Nao. Mas provavelmente eles serao convocados. Eles nao permanecem muito tempo em um lugar. Precisam estar em contato direto com os humanos. - Marcelo responde.
- Quando iniciaremos nosso treinamento?
- Amanha bem cedo. Podem tirar o resto do dia para descansar.
- Voces nao iram mais procurar o Quest? Eu sinto que devemos procura-lo.
- Nao podemos mudar nosso foco agora. Como voce disse nao sabemos quanto tempo sua mae tem. Eles podem se cansar desse jogo. - Leandro fala.
- Voce esta certo. - falo assim que a lembrança dela me vem a cabeça. - Por mim, nós começariamos o treinamento agora.
- Nos estamos cansados, Laura. Fizemos muitas transformaçoes hoje. - Marcelo fala.
- Laura, posso te fazer uma pergunta? - Bianca diz com um sorriso torto no rosto.
- Voce vai fazer de qualquer forma, entao siga adiante.
- Voces dois estao namorando? Digo, oficialmente?
- Estamos sim. - respondo e Jefferson pega minha mao que estava em cima da mesa e olha para mim carinhosamente.
- Pensei que voces nao iriam assumir isso! Desejo sorte a voces.
- Nos ja temos. Obrigado! - Jefferson responde.
- Vamos comer? - Bianca fala entusiasmada.

                      +++

Depois do almoço, eu e Jefferson assistimos alguns filmes na tv e comemos pipoca enquanto nossos guardioes dormem para repor a energia gasta. Deitados, aconchegados um no outro no sofa mal vemos o tempo passar. Ouço depois de algumas horas  Bianca nos chamar para o jantar. Sentados todos na mesa de jantar parecemos uma familia estranha. Sim, uma familia. Eles sao mais que anjos ou acompanhantes para nos. Sao nossos protetores, amigos, confidentes. Olho para o rosto calmo de todos e murmuro em minha mente agradescendo a Deus por cada um deles. Pela oportunidade de te-los comigo, mesmo que seja por um tempo indeterminado. Jefferson é o primeiro a quebrar o silencio qundo terminamos com a comida.
- Marcelo, voce parece bem melhor agora! - ele comenta.
- Esta acontecendo bem como nossa amiga Laura previu. Parece que minha essencia esta voltando agora que tenho um novo motivo para permanecer na terra.
- Eu fico muito feliz por voce esta aqui e por nos ajudar. - falo lhe dando um breve sorriso e ele me devolve outro.
- Eu que agradesço a voces! Se nao fosse pela sua fé em mim eu estaria no lugar de onde viemos.
- Sobre isso... Voces nunca entraram em detalhe sobre esse lugar conosco. Nem ao menos falam em Deus. Me parece um tanto estranho.
Os tres se olham como se estivessem se comunicando ailenciosamente, o que pode esta realmente acontecendo.
- Bem, tem coisas que nao podemos dividir com voces. Basta saber por quem fomos enviados e qual é a nossa causa. Tudo mais sao simples detalhes. - Leandro responde por Marcelo.
- Ainda chegara o dia que voces conheceram toda a verdade. Nao pense muito nisso agora. - Bianca fala ao meu lado.
- Tudo bem. Voces quem sabem. - falo dando de ombros.
Depois que Bianca faz todos os restos sumirem, damos boa noite uns aos outros e vamos dormir. Assim que repouso minha cabeça no torax de Jefferson caio em um sono profundo e tenho uma visao.
Estou na minha forma espectral de todas as visoes anteriores, mas o lugar onde estou nao é o mesmo. Um clarao forte enche minha visao e demora alguns segundos para que minha visao se ajuste. Entao, percebo que estou em um dos cantos do escritorio da casa de Juliana e logo mais a minha frente ela esta sentada de em frente a uma grande mesa conversando com os mesmos Damns da minha ultima visao. Ela esta sentada com os braços apoiados no encosto da cadeira com a cabeça amparada por eles. Ela ri, altiva e malefica. Me aproximo aos poucos deles um pouco nervosa. Ainda nao tenho certeza que nao podem sentir minha presença.
- Voces nao os encontraram ainda? - ela questiona-os.
- Nao. Procuramos em todos os lugares. Sentimos um pequeno ratro deles, mas logo o perdemos. - Voces acham que eles descobriram o Quest?
- Provavelmente, nao, senhora. Eles ja estariam aqui se isso houvesse acontecido.
- Bom, ainda assim essa falta de rastro me parece suspeita. So ele poderia incubri-los. Voces sabem...
- Mas, deve ser outra coisa. Um selamento ou tecnica. Nao sabemos.
- A senhora ainda quer que os procuremos? - o mais baixo pergunta.
- Nao. Parece nao esta funcionando, de qualquer maneira. Deixem que eles façam seu caminho ate nos.
- A senhora ainda a quer do nosso lado nao é?
- Eu nao almejo tal coisa. Mas voces conhecem os meus motivos. Alguns sacrificios devem ser feitos por uma causa maior.
- É o que pensamos, senhora!
- Mas, e a mulher? Continua viva? - ela pergunta sem nenhum interesse na voz.
- Esta sim. Por um milagre. Mesmo com aqueles aparelhos que trouxemos nao é o bastante para manter o corpo dela ativo depois que aplicamos aquela tecnica nela. Nao sei como se mantem viva.
- É ate bom que esteja. Ou do contrario eles nao viriam aqui.
- Senhora, podemos ir? - o maiot questiona impaciente.
- Claro. Podem ir.
Quando os dois se viram para sair me assusto e saio do caminho mesmo sabendo que eles deveriam passar direto por mim. Ao passarem ouço eles resmugarem baixinho em uma lingua que desconheço. Antes de alcançarem a porta eles se materializam em uma nevoa escura e desaparecem por baixo da porta. Juliana vendo que eles sairam levanta e encara algum ponto pela janela atras da mesa enquanto fala consigo mesma e posso ouvir cada palavra sua:
- Apesar de tudo, ele ainda gosta dela. Mas eu tirarei essa pedra do meu sapato e a esmagarei! Com uma cajadada matarei dois coelhos. - ela da uma gargalhada que faz meus ossos tremerem na carne. - Ah, querida, voce mal pode esperar pela surpresa que lhe reservo.

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