terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

[Eu Cinza] Mais do Capitulo 12

A noite, me remexo por todo o sofa. Nao consigo dormir. Amanha tudo pode ter uma soluçao ou nenhuma para meu terror, penso. Bianca dorme tranquilamente no outro sofa ao neu lado e a invejo. Resolvo me levantar e vou em direçao a cozinha pegar um copo d'agua. Nao estou com sede, mas preciso me mover de qualquer forma para afastar a fadiga. Quando acabo de sorver a ultima gota do copo esculto a porta do quarto de Jefferson se abrir. Ele para ao me ver e me da um sorriso. Nao consigo afastar meus olhos da beleza que é o seu corpo. Ele esta sem camisa com todos os seus musculos a amostra e com um calçao branco de seda. Ele se move devagar sem tirar seua olhos dos meus. Quando para a centimetros de mim, ele fala:
- Nao conseguiu dormir?
- Nao. O sono nao me achou ainda. Parece nao ter achado voce tambem. - falo lhe dando um sorriso. Fico feliz que ele tambem esteja acordado.
- É, ele nao me achou. - ele suspira. - Mas, de qualquer forma, eu achei voce. - ele diz me puxando para si. Me envolvendo com seus braços fortes e eu suspiro tambem.
- Eu quase agradeço por isso. - falo.
Ele me empurra para que eu me encoste na geladeira e me da um dos seus beijos quentes. Sinto todo o meu corpo pulsar em contentamento e todo o meu ser agradece por ele esta aqui. Ele me deixa por um segundo para poder me ver. Seu olhar me transmite ternura, carinho. Ele me solta e segura uma das minhas maos me puxando atras de si. Entramos no quarto e ele fecha a porta sem soltar minha mao. Desligo a luz e nos deitamos na cama colados tanto quanto possivel. As palavras me deixam por que eu so quero aproveitar o momento, cada milesimo dele. Seus braços me apertam por um instante ao redor de si.
- Eu nao estou preparada... - eu falo quebrando o silencio. - ... para voce sabe o que.
- Eu nem sequer estava pensando nisso. - ele fala, eu rio e ele tambem. - Ja estou muito feliz so de voce esta aqui. Nao se preoculpe com isso. Eu saberei ser paciente.
Ficamos em silencio depois disso novamente e ele mexe em meu cabelo fazendo cachos nele, mas eu acabo falando para colocar para fora um pouco do que eu guardo aqui dentro.
- Voce acha que ele vai nos ajudar?
- Eu espero que sim. Nos vamos encontrar alguem que possa nos ajudar no tempo certo.
- Eu espero que minha mae suporte ate la. - falo tao baixo que nao tenho certeza que ele ouviu ja que ele nao responde.
Em algum momento, o sono acaba por me encontrar. Tenho sonhos escuros, cheios de gritos, terror e dor por todos os lados. Quando acordo Jefferson ainda esta com um dos seus braços ao meu redor e me sinto mais segura. Aos poucos meus batimentos cardiacos diminuem para um ritmo normal. Suspiro e Jefferson começa a despertar. Ele me abraça meio preguiçoso e me da um sorriso. Me ponho de pé, procuro algo para vestir no guarda roupa e vou tomar banho.
Quando termino, Jefferson entra no banheiro e eu me sento a mesa sozinha. Depois do que parecem dois minutos, Bianca e Leandro se sentam a mesa comigo.
- Tudo bem? - Bianca pergunta colocando uma mao em meu ombro.
- Acho que sim. - é o maximo que consigo dizer.
- Depois de comermos nos iremos ate o Bosque.
Quando ela toca nessa parte nao posso deixar de me perguntar o por que de ele ter ido logo para la. Parece muita coincidencia para mim. Pelo menos, ele escolheu um lugar facil para se esconder. Jefferson chega e se senta ao meu lado. Ele esta usando uma camisa branca com uma gola em V com botoes que estao abertos mostrando parte do seu peito. A tambem um capuz atras. Sinto seu cheiro familiar de sabonete e menta. É um cheiro doce e agradavel que me faz sentir acolhida. Comemos todos em silencio e depois seguimos Leandro para a sala de estar.
- Vamos usar alguma manobra para locomoçao hoje? - pergunto enquanto todos se sentam. Fico lado a lado com Jefferason, seu braço roçando no meu.
- Nao. Hoje nao vamos para nenhuma batalha. So uma dobra de viagem. - Leandro responde. - Antes de irmos, tenho que dizer a voces que nos iremos intermediar a conversa. Ele pode nao se sentir a vontade de conversar com voces. - nao falo nada para nao começar uma discussao, mas se eu achar que devo falar, eles nao iram me deter. Estou cansada de ser controlada. - Agora vamos.
Jefferson da as maos para Leandro e eu me junto a Bianca. Ela me da um olhar como se quisesse dizer para eu nao me preocupar antes de a sensaçao de uma brisa fria passar por meu corpo e nos deixarmos de existir nesse plano.
Quando meus olhos se abrem, vejo as arvores que sao tao familiares para mim, como se fossemos amigas intimas. Tantos momentos vividos aqui, tantas lagrimas esse chao colheu. Solto as maos de Bianca e vejo Leandro e Jefferson a nosso lado. Pelo canto do olho, vejo um movimento abaixo de onde seria a minha arvore. Me viro e vejo um lobo cinzento deitado ao redor dela. Um dia, ele deve ter sido branco e robusto, mas agora esta sujo e magro. Ainda assim, ele é maior do que eu acho que um lobo seja. Do tamanho aproximado de um leao grande e esqualido. Ele nao parece nos perceber.
Leandro da alguns passos a frente com Bianca no seu encalço. As orelhas pontudas do lobo se viram para nossa direçao ao ouvirem os estalos dos passos deles. Sua cabeça se ergue e vira para nos. Seus olhos de um azul profundo encontram os meus e meu coraçao despara sem um motivo aparente. Ele desvia seu olhar de mim e se levanta olhando para Leandro que esta a poucos metros dele agora. Jefferson segura uma de minhas maos entre a sua e me olha me analisando. Querendo saber o que estou achando da situacao. Leandro e Bianca param lado a lado e o lobo vem ate eles em passos fracos. Ele se curva para baixo parecendo como se fosse atacar, entao ele se ergue virando Marcelo.
Eu nao sei o que eu esperava que ele fosse, mas nao seria como esse homem que vejo agora. Ele tem por volta de 25 anos, é loiro, alto e bonito. Nada nele sugere a aparencia que ele tinha quando estava transfigurado em lobo. Ele faz algumas caretas como se estivesse sentindo dor e percebo que esta em forma humana deve esta custando muito da sua essencia. Tenho vontade de ir ate ele e lhe perguntar se ele pode nos ajudar, mas o que eu vi ate aqui sugere que ele precisa de ajuda tanto quanto qualquer um de nós.
- O que voces querem? - ele questiona. Sua voz é meio rouca o que lhe da um aspecto ainda mais bonito.
- So queremos lhe fazer algumas perguntas. Talvez voce possa nos ajudar em uma causa. - Leandro fala.
- Pergunte de uma vez.
- A mae daquela menina que esta logo ali atras e que é acompanhante de Bianca foi sequestrada por Damns e colocada em uma dobra comodo selada por eles. Nao podemos chegar ate la sem a ajuda de um Quest.
- Sinto que perderam seu tempo. Eu sou um Gleam.
- Nos sabemos disso. Bianca ouviu falar antes de vir para ca que um Quest foi mandado logo quando voce veio tambem. Entao queremos saber se voce nao saberia onde ele esta. - Marcelo olha fixamente para o chao por alguns segundos parecendo amargurado antes de responder.
- Eu nao sei de nada.
- Voce tem certeza? Qualquer detalhe por menor que seja pode ajudar na nossa busca. Uma vida depende disso.
- Eu ja disse que nao sei de nada. Se voces puderem me deixar em paz eu agradeceria. - ele diz se virando para voltar junto a arvore. Antes que ele o faça largo a mao de Jefferson e corro pot alguns metros pegando em seu braço para para-lo.
- Eu sei que voce pode nos ajudar. Voce nao parece ter dito tudo o que sabe. - ele se vira para mim puxando seu braço para si com força. Sua expresao parece raivosa, seus olhos azuis impenetraveis.
- Quem voce pensa que é para vir aqui dizer o que eu sei ou nao? - ele fala com raiva.
- Uma garota que nao quer desistir da sua mae. Se voce desistiu de Gabriel, saiba que eu nao desisti da minha mae e nem irei!
- Eu... - ele se atrapalha com as palavras. - ... Eu nao desisti dele. Ele sim resolveu me deixar de lado e olhe em que estado eu estou! Eu nao darei ouvidos a humanos outra vez. Voces so se importam conosco quando precisam de nos para alguma coisa. Hoje voce pode esta com Bianca, amanha quem sabera.
- Eu nao sou assim! Eu nao sou tao fraca e mesquinha a ponto disso. Voce nao me conhece. - eu falo apontando um dedo para ele. - Se voce sabe de alguma coisa me diga. Voce é um anjo. Voce deveria ajudar!
- Voce esta perdendo o seu tempo,garota. Eu perdi a fe na sua raça. Me deixe em paz! - ele fala se agachando e volta a ser o lobo que ele era a pouco.
- Eu nao sou fraca igual a voce! Eu nao vou da as costas para quem precisa de mim. - eu falo jogando cada palavra com força em sua cara ou focinho. Ele bufa para mim e se enrosca na arvore. Voltando a esquecer do mundo ao seu redor.
Bianca e Leandro me dao olhares tristes quando passo por eles. Jefferson caminha ate mim e me jogo em seus braços. Ele me segura com força e murmura em meu ouvido que iremos achar uma saida, para que eu me acalme. Mas eu nao tenho vontade de chorar. Por dentro a raiva me consome. Nao entendo por que ele nao quer ajudar. O por que de coisas assim acontecerem com anjos. Como eles podem perder a fé em nos se eles nos conhecem, se eles sabem como somos? Nos nao somos todos iguais e eu irei mostrar isso a ele. Bianca me da as maos e antes que eu desapareça vejo os olhos azuis de Marcelo me fitando apreensivos. Eu irei mostrar-lhe que eu nao sou como Gabriel. Eu posso ser mais.

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