quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

[Eu Cinza] Final do Capitulo 13

Sentamos nos sofás e apenas Marcelo permanece em pé ao meu lado. Ele esta serio e atento desde que entrou em casa observando a reaçao de Leandro e Bianca. Os dois estao sentados lado a lado nos encarando com uma expressao surpresa. Vejo que nao esperavam que eu conseguisse, penso. Leandro pigarreia para chamar nossa atençao diretamente para ele e fala:
- Eu estou realmente chateado com vocês dois. Deveriam ter nos contado que iriam sair. Se voces nao sabem tem Damns a solta por aí e eles querem te capturar, Laura. Ficamos preocupados quando chegamos e nao vimos voces.
- Por favor,Leandro! Isso nao adianta mais. Sera que nao da para voce ficar feliz uma vez que seja? Para um anjo voce é muito pessimista. - digo.
- Coisa de Gleam. - Jefferson sussurra em meu ouvido e rio.
- Nos o trouxemos e isso é o que importa! - falo dando de ombros.
- Que seja, mas voces precisam nos avisar. Nos fomos encubidos de proteger voces. Querem que nos levem daqui?
- Nao. - falo relutante e carrancuda.
- Que isso nao se repita. - ele para por uns segundos e continua olhando para Marcelo. - Voce resolveu mesmo nos ajudar? Sabe de alguma coisa?
- Bom, eu nao sei onde este Quest esta. Nem tinha ouvido falar de algum.
- Entao, voce nao tem como ajudar.
- A uma outra possibilidade mais remota. Se voces quiserem tentar.
- Qual? Diga! Seja o que for que nós o faremos! - falo.
- Eu posso treinar voces para tentarmos capturar um dos Damns que participaram da manobra de selamento. Se o pegarmos e o coagirmos a nos ajudar poderemos entrar no comodo.
Leandro passa a mao no queixo pensativo e parece esta considerando a ideia. Sua expressao se torna cansada e vejo passar por seu rosto algo como inveja.
- Nao sei como nao pensei nisso antes. Mas me parece um pouco arriscado. Tem muitos Damns la e Errants tambem.
- Com o treinamento certo podemos dar conta deles. Antes de vir para cá eu era o encarregado de treinar os Gleans. Nos fomos criados para batalha. Sei que com esforço e paciencia podemos conseguir.
- Mas, isso poderia demorar muito tempo e minha mae pode nao ter esse tempo todo.
- Laura, eles nao iram fazer mal a ela. Pelo menos, nao a mataram. Nao enquanto eles precisarem de voce. Talvez voce seja a unica ligacao deles ao Quest  e eles querem o destruir. Sua mae vai continuar viva. Tenha certeza.
- ele afaga de leve meu ombro e esboça um sorriso.
- Entao, temos que começar com esse treinamento logo! - falo.
- Primeiro eu preciso ir ate a casa onde sua mae esta e descobrir quantos Damns e Errants estao la, ver os lacres de entrada e saida, entre outras coisas.
- Quantas coisas. - resmungo.
- Tenha paciencia. Tudo acontece no momento certo.
- Marcelo? - Leandro fala chamando a atençao dele. - Temos muito o que conversar. Temos um mapa da casa de Juliana e do comodo em um pendrive que quero lhe mostrar.
- Claro.
Os dois se levantam e Bianca os acompanha restando apenas eu e Jefferson na sala. Ele me puxa docemente me envolvendo em um abraço e afaga as minhas costas. Olho para seu rosto e sorrio para ele. Parece que as coisas finalmente estao se encaminhando e a uma esperança remota, mas pelo menos a algo em que se agarrar. Sinto uma ponta de tristeza em algum lugar dentro de mim por saber que nao encontraremos o Quest. Algo me diz que deveriamos ir atras dele. Mas, como? Nao temos nenhuma pista... Mesmo eu nao tendo perguntado a Leandro ou a Bianca se eles continuariam o procurando, sei que eles pensam que nao a nenhuma chance que eles tenham sucesso. Ou ele teria que vir ate nós ou cruzar por acaso o nosso caminho. De repente, Jefferson passa a mao na frente do meu rosto e percebo que ele estava falando comigo.
- O que voce dizia?
- Estava pensando em que?
- Nada especifico. Pode continuar com o que dizia.
- Estava lhe dizendo como tivemos sorte que ele quis nos ajudar. Parecia muito improvavel.
- Surpresas da vida. - falo secamente.
- O que te aborrece?
- É so que eu acho que deveriamos ir atras do Quest. Eu acho que ele esta ligado a nós de alguma maneira.
- A voce, voce quis dizer. Voce quer mesmo ser uma Overrun?
- Nao. Nao é isso... Eu apenas sinto uma ponta de tristeza em saber que nao irei conhece-lo. Talvez por que tenham me dito que ele era o unico meio para salvar minha mae.
- Se for para o encontrarmos ira surgir uma maneira. Nao fique triste. - ele pega minha mao e traça linhas na palma dela.
- Voce nao acha que Marcelo esta com uma aparencia melhor desde que chegou aqui?
- Notei isso. Talvez seja como voce disse. Um novo objetivo lhe deu forças novamente.
- Fico feliz por ele. Ele nao merece o que Gabriel fez com ele. Eu pensei... - ele coloca um dedo em meus labios parando minhas palavras.
- Nao fale nele. Nao vale a pena.
- Hum. E o que vale a pena? - pergunto lhe dando um sorriso traiçoeiro.
- Venha cá e eu lhe mostro.
Ele pousa suas maos na base do meu pescoço e me puxa para um beijo. Me deixo desligar do mundo a nossa volta e experimentar as sensacoes que ele me tras. Nosso beijo é vigoroso, insistente. Suas maos descem e sobem por minhas costas me levando para mais junto dele. Minhas maos em seu cabelo o puxando diretamente para mim. Talvez a vida nao seja perfeita, mas enquanto eu estiver ao seu lado sei que o ceu ira se abrir e o sol aparecer.

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