domingo, 20 de julho de 2014

[Belnegro] Capitulo 5

O rosto da Presidente Branca enche quase toda a tela. Poucas pessoas a chamam pelo primeiro nome. É como se pudessemos com isso deixa-la um pouco inferior. Atrás dela podemos ver uma pequena parte do gabinete da justiça com a bandeira negra de Belnegro com a insignia em dourado. Sempre me sinto amedrontada quando assisto um pronunciamento. É aterrorizante. Eles diminuem a intensidade da luz no gabinete o que da um ar morbido a situacao. Tambem nao ajuda a presidente esta completamente de preto. Desde a morte de sua mae, a sua "farda" governamental representa seu estado de luto.
Praticamente, corri da mesa de jantar junto com meus pais para ouvir o que ela teria a dizer. Ela é uma mulher de 65 anos, mas parece ser 10 anos mais jovem. É filha da falecida Presidente Júlia Martins. Penso que o dinheiro e o poder tenham ajudado para que ela permanecesse firme e aceitasse o cargo que os ministros lhe apresentaram em tempos de guerra. Ou talvez fosse algo mais profundo como um desejo de vinganca. O que explicaria muitas coisas.
Os cabelos negros já apresentam vários fios brancos que ela não se preocupa em esconder e até lhe dão um certo ar de sabedoria, os olhos castanhos estão sempre com um olhar sério e petrificante, o rosto é firme como de uma guerreira. Toda a sua postura mostra que ela está pronta para colocar em prática tudo o que quiser, e passar por cima de qualquer um que se atrever a cruzar o seu caminho. No geral, ela parece uma mulher inabalável. Quando eu era pequena sonhava em ser como ela. Mesmo que eu soubesse que era culpa dela eu ter vivido nas ruas. Sempre que via um outdoor com sua imagem enxergava apenas com admiracao.
A voz firme, e de tom doce se propaga da tela por todo o lugar e quase me deixo ser levada por um sentimento acolhedor diante daquelas palavras. Ela sabia usa-las a seu favor.
- Boa noite, cidadãos de Belnegro. - ela diz em um tom neutro. - Todos sabemos que hoje se inicia mais um ano, e com ele nos surge a lembrança dos dias negros. Eu estava lá quando os atentados provocados pelos protestantes abalaram todo o nosso pais. Compartilhei com todos a dor de ver nossa nação aos pedaços. - ela pigarreia como se afastasse uma lembrança ruim, mas permanece séria. - Mas graças ao trabalho incessante de cada um de nós, vimos o nosso país se erguer das ruínas.
- Ele está crescendo junto com a nossa confiança em um amanhã cada vez melhor. O que nos deixa imensamente gratos, pois temos trabalhado duro para dar a cada um de vocês as melhores oportunidades.
- Por isso, em comemoração aos 40 anos da Cerimônia de Entrega do Livro da NL aos nossos jovens que são o futuro da nossa nação, amanhã os novos Alunos Padrão serão enviados para as Universidades do Estado A. Com isso, abriremos vagas para aqueles que por qualquer motivo não tenham concluido o 3° ano do EM. Vocês poderão se inscrever para obter uma das vagas espalhadas por todo o país no site da Secretaria Municipal do seu estado que está aparecendo na parte inferior da tela.
- Temos a certeza que o futuro só pode ser construido com uma base firme se estivermos todos instruídos nos mais diversos conhecimentos e a partir daí, criando profissionais cada vez mais aptos ao seu trabalho. Por isso, hoje comemoramos com vocês a vitória que não é minha ou sua, mas de todos nós que damos o nosso melhor a cada dia. E lembrem-se: A prática da lei molda o cidadão a favor da paz!
Eu tinha a sensação de que a presidante Branca não falava só do país se erguendo das ruínas. Era como se ela estivesse falando sobre si mesma. Uma jovem que presenciou a morte de sua mãe pelas mãos de parte do seu povo sem poder fazer nada para impedir. Uma mulher que teve que esquecer da própria dor para assumir a responsabilidade de comandar um país inteiro. Porém, se eu estivesse em seu lugar, jamais me transformaria em uma ditadora. Uma governante que reprime seus semelhantes e finge a si mesma que esta dando a eles a melhor parte de tudo que existe de bom. Porém, pelo contrário, ela tem nos dado as migalhas que caem das mesas dos poderosos. Nos alimentado com as migalhas da sua própria mesa.
Mas, a mim ela não engana.
Sei que não devemos viver presos aos erros de pessoas do passado, e trazendo eles a tona para justificar nossa conduta. E, o mais importante, não podemos punir aqueles que não tem culpa do que aconteceu conosco. É a isso que a nossa líder tem se agarrado. Há um passado perverso para tirar o foco do presente desastre que tem sido a vida do país. Acho que tenho mais pena dela do que de mim. Mesmo com minha dor sei ser altruista.
Amarilis parece contente depois do fim do pronunciamento. Ela nao ve nada demais no regime em que vivemos. Se conformou. Meu pai está desconfortável e passa uma mão pela barba como se estivesse com um grande "e SE?" diante de si. Bem, eu continuo achando que há mais do que uma comemoração cheia de "oportunidades" para as pessoas. Me assusto quando a sirene da patrulha noturna ecoa pela cidade. Toque de Recolher. Nunca consegui me acostumar a isso. Não só ao som, mas a essa imposição. Mais um lembrete de quem é que está no controle.
Me levanto e vou para o meu quarto como faço todos os dias após esse momento. Seria hora de ir fazer as atividades da escola ou dormir. Hoje, eu não tenho nenhuma das duas escolhas. Sento na cama e encaro a mochila que será tudo o que me sobrará dessa vida. Me deito ao lado dela totalmente consciente de que essa será a ultima vez que estarei aqui. Imagino o que Alexia estará fazendo agora, e o restante dos Alunos Padrão. Alguns devem estar rindo e pulando de alegria, outros se vangloriando a quem puderem, e outros devem estar como eu, tristes com a perspectiva de deixar tudo para trás. Nao exatamente como eu. Os inoperantes nao iam a escola.
Não percebo quando a porta do quarto se abre, nem quando meu pai puxa a cadeira da escrivaninha para mais perto de mim. Só o percebo quando ele toca meu braço e me da o sorriso mais sincero que um pai poderia dar a um filho. O sorriso que esconde um pouco da dor para transmitir força. Mesmo que seja um grande contraste com a atitude dele de mais cedo, experimento uma sensacao de conforto.
- Não se sente bem, querida?
Eu podia sentir uma outra pergunta escondida ali. Você acredita nas palavras dela? Ele queria falar sobre a presidente comigo.
- Não. - me sento de frente para ele. A luz fraca do quarto cintilando em seus cabelos. - Como eu poderia?
- Tem pessoas que devem estar felizes com isso. - ele diz rindo. - Voce deveria estar tambem. É uma boa oportunidade.
- Nao totalmente. - suspiro. - Voce acreditou naquelas palavras?
Eu sabia que nao. Eu o conhecia muito bem. Meus livros atras dele eram a melhor resposta.
- Sera uma coisa boa para algumas pessoas. Para quem souber aproveitar.
Ele me encara com um sorriso torto no rosto como se eu tivesse descoberto um segredo que ele estivesse feliz em compartilhar.
- Estou com medo, pai.
Digo a unica coisa que me vem a mente. Uma ultima tentativa.
- Vai da tudo certo. Prometo a voce. Algum dia quebrei minhas promessas?
- Nao. Mas, voce nao estara la.
- Eu vim lhe dizer uma coisa, Alice. Preste atencao. Independente da distância que eu e sua mãe estivermos de você, nunca nos perderá. Então, não perca tempo pensando nisso. Voce ja é quase maior de idade. Ja chegou a hora de deixar esses medos para tras nao acha? Confio em voce.
Olho para nossas mãos enlaçadas uma a outra e vejo que ele tem razão. Preciso manter a calma.
- Tudo bem. Mas, porque voce quer tanto que eu va para o A?
Ele me olha serio. Seu olhar cortante me incitando a procurar as respostas por mim mesma.
- Na hora certa, voce entendera. É uma oportunidade muito boa.
Ele levanta para sair, e quando já está na porta o chamo e ele se vira.
-  Eu sei o que você pensa sobre isso. De verdade. E eu quero que saiba que vou tentar encontrar as respostas certas.
- Eu sei que sim. Confio em você. - ele fala enquanto fecha a porta. - Boa noite.
Eu nao queria decepciona-lo. Se ha algo para descobrir, eu espero que eu encontre a resposta. Eduardo era um homem de charadas, meias-palavras e nao passava a mao na cabeca de ninguem. Se ele nao me disse a razao é porque acha que consigo descobri-la por mim mesma. So preciso confiar em mim.
      +++

O alarme do meu relógio de pulso soa como em todas as manhãs. Por um momento, ainda inerte pelo sono, pensei que estaria indo me preparar para mais um dia de aula. Até que a verdade me sacudiu com suas mãos frias e impacientes. O alarme continua tocando enquanto eu tento descobrir o que fazer. Tenho vontade de arranca-lo, e jogá-lo contra a parede. Estou cansada de ter minha vida controlada. Estou farta de não ter escolhas. Em algum lugar dentro de mim, eu sei que isso tem que mudar. Que eu devo tomar as rédeas da minha vida. Mas, isso implicaria tomar rumos diferentes do que as pessoas ao redor esperam de mim. E nao posso fingir que so estou viva pela ajuda delas.
Amarilis abre a porta do quarto com violência no momento em que me levanto e sacudo os lençois. Quando ela me encara vejo o quanto esta lutando para permanecer firme. Ainda que soubessemos a vida inteira que se eu conseguisse a vaga teria que ir embora definitivamente, também sabiamos que isso nao era justo. Mesmo que fosse um sonho impossivel se realizando, o que me deixa feliz de certa forma, ele vem com um pacote de contras que fazem tudo ficar cinza.
- Você precisa ser rápida! Já esta quase na hora. - ela comanda.
- Ja estou indo. - suspiro. - A senhora, pode me esperar lá fora. - ela me da um olhar magoado, mas faz que sim com a cabeça e saí.
Não quero ser ríspida ou egoísta, mas é difícil olhar para ela e fingir que não tivemos aquela conversa. Estou mais chateada com isso do que esperava. E sei que nao deveria. De certa maneira, ela me acolheu tambem. Mas, é como o ditado do meu pai diz: Cabeça erguida, sorriso no rosto e força nos calcanhares. Irei levar comigo essas palavras para sempre. Corro para o banheiro e tomo uma chuveirada rápida. Já no quarto, procuro por uma roupa apresentável ja que logo mais estarei nas telas de tv de toda a Belnegro. O que seria complicado ja que nem imagino como me comportar diante das cameras. Pego uma blusa branca com capuz com uma estampa com o número 35, uma calça jeans preta, e meu tênis All Star preto. Me visto, e em seguida vou para frente do espelho. Espalho um pouco de gel sobre as mãos e passo no meu cabelo curto tentando deixa-lo com um ar mais sofisticado e arrumado. Na escola secundaria, eu o usava comprido porque meu pai achava lindo como ele caía em uma cascata negra sobre minhas costas. Mas, senti uma vontade de mudar de estilo radicalmente. Nao queria me lembrar do passado. Então, eu pedi a Alexia para corta-lo, e ela o fez. Eduardo pirou por varios dias, mas acabou aceitando.
Aplico um brilho fraco nos lábios, lápis nos olhos e voalá, estou pronta! Pelo menos, o mais preparada possível. Me dou uma última olhada enquanto penso sobre o que as pessoas vão achar ao me verem na tv. Uma garota pálida, estatura mediana e com um estilo despreocupado. Acho que ficarei quase invisível. Não sou dessas que liga para moda. Não gosto que me emponham nada. Escolho o que me cai bem, e que me deixa confortável. Pelo menos nisso, sou decidida.
Pego a mochila, e a coloco nas costas. Olho para o meu quarto tentando lembrar de cada detalhe. Dos posters nas paredes, dos meus poucos livros favoritos, da arrumação dos móveis... Dou passos vagarosos até a porta, e no último instante lembro de uma coisa. Volto até a escrivaninha e abro minha agenda. No meio das páginas há uma foto minha com meus pais. Pego-a e coloco dentro da mochila. Quero levar uma recordação a que possa me apegar nos momentos de solidão.
Vou em direção a sala e vejo meus pais sentados juntos no sofá. Eles nao se olham. Nao se tocam. Eduardo esta com o olhar perdido. Amarilis parece triste enquanto encara o vazio. Todas as familias que tenham um dos Alunos Padrão declarados na cerimônia de ontem vão poder tirar folga hoje para poderem se despedir e ver nossa chegada ao Estado A ao vivo pela BelTV. Me aproximo deles sem saber o que fazer ou o que dizer. Estamos retraidos por conta da situacao. Eles acabam se afastando para que eu possa me sentar entre eles. Olho para o meu relógio e vejo que ja são 06:45 hrs.
- Sentiremos muito sua falta. - meu pai diz com a voz entrecortada.
- Eu tambem. - digo. - Eles trouxeram algum item para cá para podermos nos comunicar?
- Ontem a noite depois do TR, um auxiliar padrão veio instalar o Wi-Fi e trouxe um notebook. - meu pai diz e suspira. - Mas nada poderá suprir a sua falta física.
Nos abraçamos por uns dois minutos antes do meu pai falar novamente.
- Filha, tome cuidado, e veja bem com quem fará amizade. Até a melhor das pessoas pode não passar de uma fachada.
Eu sabia disso. Que o diga a presidente.
- Tomarei cuidado.
- Estude bastante, e faça seu trabalho com dedicação. - ele diz. - Estamos orgulhosos de voce, e confiamos que fara o correto. E mantenha a calma. Tudo dara certo!
- Espero que sim...
Nesse instante, ouço um carro parando em frente a casa. Chegou a hora. Meu pai se levanta e vai em direção a entrada. Amarilis murmura que está tudo bem para mim, mas não estou nervosa. Só me sinto sufocada. Meus pensamentos são cortados quando uma mulher loira e alta de uns 25 anos entra na sala. Ela está usando um vestido preto e carrega nos braços uma prancheta com alguns papéis. Pressinto que seja minha secretaria padrão.
- Bom dia! - ela diz em um tom mecânico. - Vocês podem assinar estes papéis para mim?
Ela entrega a prancheta a minha mãe, e fica de pé ao lado dela dando instruções. Quando ela termina passa os papéis para meu pai que faz questão de ler cada palavra deles antes de assinar. Percebo que a secretaria me encara e assim que olho para ela uma mão é estendida em minha direção.
- Me perdoe por não me apresentar corretamente. - diz rindo. - Meu nome é Lucia Benite. Sou sua secretaria.
- Prazer, Lucia. - digo apertando a mão dela com gentileza. - Vamos agora?
Lhe dou minha melhor expressão de por favor, não!
- O mais rápido possível! - ela olha para o seu relógio como se cada segundo passado fossem horas perdidas.
Ela recolhe os papéis das mãos de meu pai, e começa a falar rápido enquanto me levanto ja com a mochila nas costas.
- Bem, acho que vocês sabem o que fazer. Nessa folha, - ela diz entregando-a  a minha mae. - vocês tem os dias e horários em que poderão entrar em contato com sua filha. Qualquer coisa que acontecer a ela, avisarei imediatamente a vocês. Se tiverem quaisquer dúvidas podem enviar um e-mail para mim a qualquer hora.
Ela se vira para mim enquanto arruma a bolsa que carrega embaixo do braço.
- Voce está levando seus itens auxiliares? E qualquer outra coisa que precise?
- Sim.
- Então, podemos ir.
Ela segue em disparada para o portão sem se dar ao trabalho de ver se a estou seguindo. Sem que eu perceba, meu pai salta sobre mim e me esmaga em seus braços. Ate mesmo, Amarilis se junta a nós. Só tenho tempo de dizer mais uma vez que sentirei falta de casa antes de Lucia me chamar aos gritos.
Entro no carro da PFAC e me sento sozinha em um dos bancos traseiros. Só tenho um segundo para sorrir para meus pais antes que o motorista acelere com tudo. Passo a cabeça pela janela, e aceno para eles. Minha mãe chora descontroladamente na camisa do meu pai que acena com a cabeca para mim como quem diz: "Faça o que for preciso."
Tentarei, penso.
- Quando chegarmos a Universidade vários jornalistas, fotógrafos, e o pessoal de filmagens da BelTV estarão esperando na parte de fora. Ávidos por informações. Tente dar respostas breves, e pense no que vai dizer. - Lucia diz com o olhar perdido na paisagem do lado de fora da sua janela. - Não vai querer se complicar logo no início.
Eu compreendia o que ela estava dizendo. Era esperado que eu não dissesse nada que pudesse sujar o nome da presidente Branca.
- Não precisa se preocupar comigo. Sei o que devo fazer.
Novamente, não queria parecer bruta, mas essa situação me deixa uma pilha de nervos. Ela não faz menção de dizer mais nada durante o trajeto, então aproveito para olhar a paisagem do lado de fora. As casas, as praças, as lojas do Governo, estão dentro do padrão L. Tudo o mais sem graça possível. Meu coracao esta a mil, e agradeco por ter um vidro fumê entre nossos bancos e o do motorista que deve ser um policial da PFAC. Depois de alguns minutos, posso identificar a barreira se erguendo na fronteira do estado. Do outro lado fica a capital do Estado A. Os estados foram dispostos ao redor do A para manter-nos próximos o bastante para que soubessem o que estávamos fazendo, e se precisassem intervir, teriam uma entrada rápida e eficaz.
A barreira chega a mais ou menos 25 metros e tem algumas torres com vigias. Vários soldados andam no topo dela armados até os dentes. A saída/entrada do estado é um super portão de aço com um design elegante. No meio das duas portas que o formam está entalhado a insígnia de Belnegro. É algo assustador. As casas chegam até 3 kilometros de distância da barreira por segurança, e esse espaço livre é preenchido por uma curta campina. Há alguns quilômetros a frente vejo o início do gramado por trás de algumas casas. Lucia pigarreia tentando chamar minha atenção.
- Em poucos minutos estaremos no A. Lembresse do que eu disse. Estarei ao seu lado, e se tiver alguma dúvida do que responder olhe para mim pelo canto dos olhos e tomarei a palavra. - ela suspira. - E o mais importante, não saia de perto de mim. Só vamos parar na Universidade.
- Existe outra Universidade próxima a minha?
- Não. As outras estão espalhadas pelo restante do estado.
Ela vira o rosto para o outro lado encerrando a conversa. Quando volto meu rosto para a janela vejo que chegamos a campina. Um pouco a frente, os portões estão sendo abertos e um túnel aparece. Arrumo meu cabelo da maneira que acho mais propícia, totalmente ciente que logo as câmeras estarão sendo direcionadas para mim. Sinto minha visao escurecendo, a taquicardia comecando. Nunca me senti tao nervosa como agora. Nem mesmo quando estava prestes a fugir da casa de Jackson. Entramos no túnel, e uma luz forte me cega e bloqueia qualquer imagem do lado de lá. Quando o carro sai em uma velocidade mínima, o Estado A nasce a minha frente em uma paisagem da qual nunca poderei esquecer.

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